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marcelo levites
Tive a oportunidade nesta semana de participar de uma palestra sobre coaching para terceira idade. O que era proposto para altos executivos começa a ser direcionado para qualquer pessoa que queira planejar a senescência, ou seja, seu envelhecimento.
O coaching, que entre outras coisas ajuda executivos a encontrar novos posicionamentos profissionais pode e deve ser usado pela pessoas que aos 50 anos estão em uma encruzilhada entre a vida pessoal e profissional. Afinal somos um só e as decisões que tomamos envolve tudo o que nos cerca!
Vejo no consultório pessoas que sempre sonharam em se aposentar, achando que o momento seria de total tranquilidade e que, quando acontece a tão sonhada aposentadoria ficam desapontados com a vida rotineira. Ao mesmo tempo, existem pacientes no consultório que gostariam de continuar trabalhando com mais de 70 anos e a família custa a entender.
Esta discussão me fez lembrar uma história de um filósofo inglês que tinha uma curiosa gravação que atendia os chamados telefônicos quando ausente. A secretária eletrônica – “answering machine”, em inglês, textualmente “máquina de responder” – dizia: Isto não é uma máquina de responder é uma máquina de fazer perguntas – “questioning machine”.
Quem é você e o que quer da vida? Diante da surpresa, o perplexo interlocutor ouvia o restante da gravação: “Não se assuste. A maioria das pessoas vem a este mundo e vão embora, sem ter respondido estas duas simples questões”.
Saber quem somos e o que
queremos é condição sine qua non para atuar de modo consciente e
responsável. Dilemas e encruzilhadas fazem parte da vida. Não os ter,
porém, é sinal de problema. Tê-los é sinal de muita vida. E você já se
perguntou: Quem você é e o que você quer?