g1 //
Uma operação
conjunta da Agência Nacional de Trânsito e Transportes (ANTT) e da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 11 ônibus em situação irregular em Igarapava
(SP) nos últimos quatro dias. O balanço foi divulgado na tarde de domingo (7)
pela agência, que concentrou a fiscalização em pontos estratégicos nos estados
de São Paulo (SP), Goiás (GO), Tocantins (TO), Minas Gerais (MG) e Bahia (BA). De acordo com
os fiscais que trabalharam na operação, a maioria dos veículos não tinha
documentação para transportar passageiros e ainda apresentava problemas em
relação a itens de segurança obrigatórios, como extintores de incêndio.
De acordo com o fiscal de
transporte terrestre Glauco Blangis, foram pelo menos três flagrantes realizados
neste domingo. Um dos ônibus, que saiu de Uberaba (MG) com destino a Franca
(SP) em uma excursão com idosos, não estava com a documentação em dia, e ainda
transportava dois passageiros no corredor. "Eles não têm documentação
nenhuma para fazer transporte de passageiros. Além disso, também não cumprem
com os itens de segurança", afirmou.
Passageira da excursão, a
aposentada Elza Reis dos Santos afirmou que não sabia que o ônibus estava
irregular. "Não sabia que era clandestino. Surpreendeu todo mundo dentro
do ônibus. Sempre viajei, é a primeira vez que acontece isso. Íamos num
encontro da terceira idade em Franca. Agora a gente fica preocupada. É quase
tudo idoso dentro do ônibus", disse
Outro veículo, que ia de São Paulo (SP) a Brasília
(DF), estava com o extintor de incêndio vencido e vazio. No interior do ônibus,
quatro passageiros dividiam espaço com a bagagem, que foi colocada entre os
bancos, no interior do veículo.
Moto no bagageiro
O caso mais grave, no entanto, foi de um ônibus que seguia para Teresina (PI).
Além da documentação irregular, o veículo estava com os pneus rachados, o farol
queimado, e ainda transportava três motos no bagageiro. "Eles não podem
carregar combustível no bagageiro. É perigoso. O fato de ter uma moto com um
tanque cheio de combustível no bagageiro, no caso de acidente vai provocar
incêndio e todo mundo estará em risco. Um passageiro que viaja num ônibus
desses não sabe nem se chega ao destino", explicou Blangis.
O principal objetivo da
operação foi coibir o transporte clandestino de passageiros. Segundo Blangis, a
escolha da base da Polícia Militar Rodoviária de Igarapava
foi estratégica, uma vez que muitos veículos utilizam a rota como alternativa
para fugir da fiscalização, principalmente ônibus com destino a Brasília e aos
estados do Nordeste do país.
Em todo o Brasil, a operação
contra o transporte clandestino movimentou mais de 90 profissionais, entre
fiscais da ANTT e policiais rodoviários federais, que trabalharam com cerca de
60 viaturas.