uol
//
larissa
leiros baroni
Com a expansão do WhatsApp
--que tem ganhado em média 25 milhões de novos usuários por mês, segundo
levantamento da própria empresa--, o aplicativo tem virado um dos principais
alvos dos invasores de smartphones. É o que aponta Rovercy de Oliveira,
especialista em segurança da informação da consultora Real Protect.
"Toda a ferramenta que é
muito utilizada acaba chamando a atenção dos usuários maliciosos e não é
diferente com o WhatsApp", diz Oliveira, que destaca a importância do 'bom
uso' da ferramenta e da 'proteção' do smartphone para que você não seja pego
por esse tipo de vetor cada vez mais utilizados pelos hackers. "É uma
questão de educação digital", enfatiza.
Veja abaixo sete dicas que
vão ajudá-lo a manter seu WhatsApp seguro, seu smartphone e, consequentemente,
todas as senhas e informações pessoais armazenadas no dispositivo móvel, que se
caírem nas mãos erradas podem causar um verdadeiro estrago.
Para se proteger de possíveis
invasores, o primeiro passo, de acordo com Oliveira, é instalar e manter
atualizado um antivírus, que desde que os celulares adotaram as funções de um
computador, se faz cada vez mais necessário. "O mercado possui ótimas
opções gratuitas e pagas, tanto para Android quanto para iOS", afirma o especialista.
A medida, segundo ele,
ajudará o usuário a manter seu celular seguro contra invasões como vírus,
trojans (programas maliciosos que entram no computador e criam uma porta para
uma possível invasão), vulnerabilidades no sistema, adwares (programa que executa
automaticamente e exibe uma grande quantidade de anúncios sem a permissão),
spywares (programas automáticos que recolhem informações sobre o usuário, sobre
os seus costumes na Internet e os transmitem) e outras pragas virtuais.
Ter um antivírus não significa,
porém, que não será preciso tomar os demais cuidados de segurança. "Por
melhor que seja o antivírus, ele não detecta 100% das ameaças. Como eles
analisam comportamentos e/ou assinaturas, acabam não detectando novas ameaças
ou comportamentos que, incialmente, não se demostram maliciosos", explica
Oliveira.
Não transforme o seu WhatsApp
em um arquivo de sua vida. O ideal, conforme orientação de Oliveira, é que as
conversas sejam apagadas periodicamente. Ainda que o aplicativo de bate-papo
salve automaticamente no celular as fotos e vídeos visualizados na tela, é
possível --e bastante recomendado-- que a opção seja desabilitada.
Também é recomendado que
informações sigilosas, tais como senhas e dados bancários, não sejam
transmitidas pela ferramenta, mesmo que para pessoas confiáveis. "Quem te
garante que o celular desse amigo é seguro?", questiona o Oliveira. Quando
necessário passar esse tipo de dados, opte por um telefonema. "Mas, se o
WhatsApp for a única solução, lembre-se de apagar o histórico e pedir que o
receptor faça o mesmo."
Evite receber arquivos de
desconhecidos, bem como baixar fotos, mensagens de voz ou vídeos quando não
tiver certeza da origem do conteúdo. "Um cuidado que deve ser estendido
--ainda que em menor grau-- aos materiais divulgados pelos amigos, que mesmo
sem saber, podem estar propagando vírus", diz Oliveira.
Recentemente, segundo o
especialista em segurança da informação, foi descoberto um código malicioso,
chamado J.Laucher, que chega por meio da troca de dados por mensagem e se
instala no smartphone de maneira imperceptível. O malware permite que o invasor
acesse arquivos como fotos, conversas no WhatsApp, vídeos, acesso a sua lista
de contatos, acesso as suas mensagens de voz e até mesmo interceptar chamadas
telefônicas. "Em alguns casos, o usuário malicioso consegue até manter
total controle do smartphone."
"Quanto mais pessoas em
uma conversa, menor o controle", aponta Oliveira, que afirma que os grupos
--comuns no aplicativo-- podem conter arquivos contaminados sem que os demais
membros saibam. A recomendação, portanto, é manter cuidado no compartilhamento
de dados. As informações podem estar infectadas e o risco de ser infectado
involuntariamente é ainda maior.
Procure não divulgar fotos
íntimas no aplicativo de bate-papo para evitar que futuramente seja mais uma
vítima da "vingança pornô" ou que as imagens --caso caiam na mão de
usuários maliciosos-- sejam usadas como uma possível moeda de troca.
Oliveira recomenda ainda o
cuidado com a troca de fotos de pedofilia, sexo e racismo, mesmo que se tratem
de piadas de mau gosto. "Apesar de ser bastante comum no WhatsApp, essas
práticas são consideradas crime e, ainda que não concorde com elas, pode ser
considerado conivente simplesmente por armazenar esse tipo de imagem em seu
smartphone." Essa é mais uma razão para você desabilitar a opção que salva
automaticamente no computador as imagens vistas na tela.
Evite ao máximo as redes
públicas de Wi-Fi, que, de acordo com o especialista em segurança da
informação, são perigosas não apenas para quem usa WhatsApp, mas para qualquer
tipo de aplicativo que transmita dados pela web.
"As redes públicas
corporativas são, teoricamente, mais seguras, já que temem manchar sua imagem
mediante qualquer invasão. Duvide das redes privadas de desconhecidos,
principalmente daquelas que não possuem senha para acesso", orienta
Oliveira. "Na dúvida: não se conecte. É melhor ficar sem internet do que o
transtorno de ter todos os seus dados roubados."
É importante também adotar
uma senha de acesso smartphone para se proteger dos invasores, que nem sempre
são virtuais. Entre as senhas numéricas e de reconhecimento de padrão, Oliveira
aponta a primeira opção como a mais segura. "É mais fácil para os espiões
de plantão ver o desenho do que os números." Alguns modelos disponibilizam
ainda a biometria como proteção.