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Alagoas Violência
18/11/2014 16:43:09

Trânsito: 44 vítimas por dia no Hospital Geral do Estado e UE do Agreste

Trânsito: 44 vítimas por dia no Hospital Geral do Estado e UE do Agreste
Ilustração

tribunahoje //

carlos amaral

 

Foram atendidos, em média, 33 casos de acidentes de trân­sito por dia no Hospital Geral do Estado (HGE) até outubro desse ano. Em Arapiraca, Na Unidade de Emergência do Agreste (UEA), esse número che­ga a onze. Essas são as unidades hospitalares, de acordo com o Governo do Estado, que recebem esse tipo de ocorrência.

Deram entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) 9.828 vítimas de acidentes de trânsito, com 39 óbitos até o mês passa­do. Na unidade de Emer­gência do Agreste (UEA), localizada em Arapiraca, 3.329 pessoas deram en­trada por causa de aciden­tes, com 20 óbitos. Se a mé­dia mensal até o momento se mantiver, o ano de 2014 terminará com 11.793 pessoas dando entrada no HGE por causa de aciden­tes de trânsito. A média mensal é 982,8. Na UEA, o número de final de ano, poderá chegar a 3.995. A média mensal nessa uni­dade hospitalar é 332,9.

A previsão até o final do ano é, portanto, de aumen­to. Uma vez que em 2013, o HGE recebeu 11.026 víti­mas de acidentes de trân­sito. A UEA não forneceu esse dado.

Colisão entre carros e motos, com 1.288 casos, foi o acidente que mais motivou registro na UEA. No HGE, foram acidentes de moto com 4.038 registros.

Foram registrados, na unidade hospitalar de Ma­ceió, 1.314 atropelamentos e 608 casos na unidade hospi­talar de Arapiraca.

A média de atropelados por dia que o Hospital Geral do Estado recebe é de 4,38. Já a UEA tem média de aten­dimento a vítimas de atrope­lamento de dois por dia.

A assessoria de comuni­cação do HGE disse que o “maior índice de acidentes ocorre entre 18h e 21h”. A assessoria de comunicação da UEA não informou esse dado.

Parte alta da cidade tem maior índice de acidentes

De acordo com dados da Superintendência Munici­pal de Transporte e Trânsito (SMTT), os bairros do Farol e Tabuleiro do Martins são as localidades onde acon­teceram mais acidentes de trânsito na capital alagoa­na.

No Tabuleiro do Mar­tins foram, até o final de outubro desse ano, 303 aci­dentes. Desses, 44 tiveram vítimas e 226 sem vítimas. Trinta e três casos, a SMTT não sabe informar se houve vítimas.

No Bairro do Farol, foram 19 acidentes com vítimas e 161 sem. A SMTT não sabe informar se 24 desses casos tiveram ou não vítimas.

Da parte baixa de Ma­ceió, a Jatiúca é o bairro com mais acidentes. Foram 117 casos, 19 deles com vítimas e 95 sem. Em 14 ocorrên­cias, a SMTT não sabe infor­mar se houve vítimas.

Os bairros com menos ocorrências de acidentes de trânsito foram o Rio Novo, Pitanguinha, Mutange e Ipioca, com um caso regis­trado. Todos sem vítimas.

Contudo, a SMTT não forneceu quais os tipos de veículos que mais se envol­veram em acidentes nesse ano.

Mais de mil acidentes nas estradas federais alagoanas em 2014

Dados da Polícia Rodo­viária Federal (PRF) apon­tam que nas sete estradas federais alagoanas foram registradas 1.176 aciden­tes de trânsito até o final do mês de outubro. Fica­ram feridas, de forma leve ou grave, 940 pessoas. Mor­reram 128.

Do total de acidentes nas estradas federais, 77 foram por colisão frontal. Elas ocasionaram 35 das 128 mortes. “Colisão fron­tal está muito ligada a ul­trapassagens irregulares, que são aquelas realizadas em locais proibidos, como curvas, aclives, pontes, ou ultrapassagens forçadas”, disse a assessoria de comu­nicação da PRF.

A PRF aponta que 86 acidentes têm como causa provável a ultrapassagem irregular. “Também acon­tecem ultrapassagens sem a condição de realização da manobra, pois vinha um veículo no sentido contrá­rio. Mesmo que seja em lo­cal permitido”.

Para a PRF, a impru­dência é uma das princi­pais causas de acidentes nas estradas. Mesmo nos trechos em boas condições.

A assessoria da Polícia Rodoviária Federal destaca a Lei 12.971/2014, que al­terou onze dispositivos do Código de Trânsito Brasi­leiro (CTB). Ela acabou de entrar em vigor.

“Entre as alterações está o aumento das mul­tas por ultrapassagens in­devidas. Em alguns casos, o valor foi aumentado em 10 vezes, passando de R$ 191,54 para R$ 1.915,40, além de prever a suspensão do direito de dirigir. Moto­ristas reincidentes nos 12 meses seguintes pagarão o dobro R$ 3.830,80”, explica a assessoria da PRF.

Número de acidentes com motocicletas cresce 600% em 12 anos

Conforme apurou a Tri­buna Independente na edição do último dia 6 de novembro, o número de acidentes com motos regis­trados no HGE aumentou 600% entre 2002 e 2013, apesar da redução do nú­mero de óbitos por causa do trânsito nessa unidade hos­pitalar.

Segundo dados do Ser­viço de Arquivo Médico de Estatística (Same), em 2002 foram registrados 169 óbi­tos por acidentes de trânsi­to no HGE. Em 2003, esse número passou para 175. Porém em 2013, apenas 53.

Até o final do mês de outubro, foram 39 mortes por causa de acidentes de trânsito no Hospital Geral do Estado. Média de qua­tro por mês. Se a média se mantiver até dezembro, esse ano termina com 47 mortes. Esses números es­tão em concordância com a Same.

De acordo com a pesquisa, as principais vítimas são os jo­vens de 21 anos. Houve um au­mento no índice de morte entre as pessoas dessa faixa etária que dirigem motos. O principal agravante é a falta de capacete.

O psicólogo Roberto Lo­pes Sales, especialista em comportamento ouvido pela reportagem da Tribuna In­dependente, afirma que a im­prudência é um dos fatores que favorecem o elevado número de jovens mortos em acidentes de moto.

“Os jovens são mais im­prudentes e possuem uma capacidade maior de correr riscos sempre constantes. Eles ainda estão fortalecen­do a questão da responsabi­lidade e talvez alguns ain­da não estejam preparados para ter um carro, que exige extrema responsabilidade”, explica o especialista.