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carlos amaral
Foram
atendidos, em média, 33 casos de acidentes de trânsito por dia no Hospital
Geral do Estado (HGE) até outubro desse ano. Em Arapiraca, Na Unidade de
Emergência do Agreste (UEA), esse número chega a onze. Essas são as unidades
hospitalares, de acordo com o Governo do Estado, que recebem esse tipo de
ocorrência.
Deram
entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) 9.828 vítimas de acidentes de
trânsito, com 39 óbitos até o mês passado. Na unidade de Emergência do
Agreste (UEA), localizada em Arapiraca, 3.329 pessoas deram entrada por causa
de acidentes, com 20 óbitos. Se a média mensal até o momento se mantiver, o
ano de 2014 terminará com 11.793 pessoas dando entrada no HGE por causa de
acidentes de trânsito. A média mensal é 982,8. Na UEA, o número de final de
ano, poderá chegar a 3.995. A média mensal nessa unidade hospitalar é 332,9.
A
previsão até o final do ano é, portanto, de aumento. Uma vez que em 2013, o
HGE recebeu 11.026 vítimas de acidentes de trânsito. A UEA não forneceu esse
dado.
Colisão
entre carros e motos, com 1.288 casos, foi o acidente que mais motivou registro
na UEA. No HGE, foram acidentes de moto com 4.038 registros.
Foram
registrados, na unidade hospitalar de Maceió, 1.314 atropelamentos e 608 casos
na unidade hospitalar de Arapiraca.
A
média de atropelados por dia que o Hospital Geral do Estado recebe é de 4,38.
Já a UEA tem média de atendimento a vítimas de atropelamento de dois por dia.
A
assessoria de comunicação do HGE disse que o “maior índice de acidentes ocorre
entre 18h e 21h”. A assessoria de comunicação da UEA não informou esse dado.
Parte alta da cidade tem maior índice de acidentes
De
acordo com dados da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito
(SMTT), os bairros do Farol e Tabuleiro do Martins são as localidades onde aconteceram
mais acidentes de trânsito na capital alagoana.
No
Tabuleiro do Martins foram, até o final de outubro desse ano, 303 acidentes.
Desses, 44 tiveram vítimas e 226 sem vítimas. Trinta e três casos, a SMTT não
sabe informar se houve vítimas.
No
Bairro do Farol, foram 19 acidentes com vítimas e 161 sem. A SMTT não sabe
informar se 24 desses casos tiveram ou não vítimas.
Da
parte baixa de Maceió, a Jatiúca é o bairro com mais acidentes. Foram 117
casos, 19 deles com vítimas e 95 sem. Em 14 ocorrências, a SMTT não sabe informar
se houve vítimas.
Os
bairros com menos ocorrências de acidentes de trânsito foram o Rio Novo,
Pitanguinha, Mutange e Ipioca, com um caso registrado. Todos sem vítimas.
Contudo,
a SMTT não forneceu quais os tipos de veículos que mais se envolveram em
acidentes nesse ano.
Mais de mil acidentes nas estradas federais
alagoanas em 2014
Dados
da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam que nas sete estradas federais
alagoanas foram registradas 1.176 acidentes de trânsito até o final do mês de
outubro. Ficaram feridas, de forma leve ou grave, 940 pessoas. Morreram 128.
Do
total de acidentes nas estradas federais, 77 foram por colisão frontal. Elas
ocasionaram 35 das 128 mortes. “Colisão frontal está muito ligada a ultrapassagens
irregulares, que são aquelas realizadas em locais proibidos, como curvas,
aclives, pontes, ou ultrapassagens forçadas”, disse a assessoria de comunicação
da PRF.
A
PRF aponta que 86 acidentes têm como causa provável a ultrapassagem irregular.
“Também acontecem ultrapassagens sem a condição de realização da manobra, pois
vinha um veículo no sentido contrário. Mesmo que seja em local permitido”.
Para
a PRF, a imprudência é uma das principais causas de acidentes nas estradas.
Mesmo nos trechos em boas condições.
A
assessoria da Polícia Rodoviária Federal destaca a Lei 12.971/2014, que alterou
onze dispositivos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Ela acabou de entrar
em vigor.
“Entre
as alterações está o aumento das multas por ultrapassagens indevidas. Em
alguns casos, o valor foi aumentado em 10 vezes, passando de R$ 191,54 para R$
1.915,40, além de prever a suspensão do direito de dirigir. Motoristas
reincidentes nos 12 meses seguintes pagarão o dobro R$ 3.830,80”, explica a
assessoria da PRF.
Número de acidentes com motocicletas cresce 600% em
12 anos
Conforme
apurou a Tribuna Independente
na edição do último dia 6 de novembro, o número de acidentes com motos registrados
no HGE aumentou 600% entre 2002 e 2013, apesar da redução do número de óbitos
por causa do trânsito nessa unidade hospitalar.
Segundo
dados do Serviço de Arquivo Médico de Estatística (Same), em 2002 foram
registrados 169 óbitos por acidentes de trânsito no HGE. Em 2003, esse número
passou para 175. Porém em 2013, apenas 53.
Até
o final do mês de outubro, foram 39 mortes por causa de acidentes de trânsito
no Hospital Geral do Estado. Média de quatro por mês. Se a média se mantiver
até dezembro, esse ano termina com 47 mortes. Esses números estão em
concordância com a Same.
De
acordo com a pesquisa, as principais vítimas são os jovens de 21 anos. Houve
um aumento no índice de morte entre as pessoas dessa faixa etária que dirigem
motos. O principal agravante é a falta de capacete.
O
psicólogo Roberto Lopes Sales, especialista em comportamento ouvido pela
reportagem da Tribuna Independente,
afirma que a imprudência é um dos fatores que favorecem o elevado número de
jovens mortos em acidentes de moto.
“Os
jovens são mais imprudentes e possuem uma capacidade maior de correr riscos
sempre constantes. Eles ainda estão fortalecendo a questão da responsabilidade
e talvez alguns ainda não estejam preparados para ter um carro, que exige
extrema responsabilidade”, explica o especialista.