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Quando o Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) iniciar o período de inscrições para mais
de cem mil vagas em instituições públicas em janeiro, os 6 milhões de
estudantes que fizeram as provas do Enem 2014 terão menos de
uma semana para escolher em quais dois cursos de ensino superior querem
disputar vagas.
+ Apenas 5 das
63 universidades federais não usarão Sisu para selecionar aluno
Diante de opções em todos os Estados do País e com a nota do Enem como único critério
de seleção, os vestibulandos correm o risco de se perder entre a escolha pelo
curso dos sonhos e a decisão pela vaga naquela carreira desconhecida fora de
seu Estado para o qual sua nota do Enem é suficiente para garantir a vaga.
Para não se perder na escolha do curso, professores de cursinho indicam
que o candidato aproveite o momento antes do início do Sisu para decidir o curso,
pesquisar as instituições, descobrir os custos envolvidos e os possíveis
benefícios e escolher de cinco a seis opções de cursos e instituições para
mirar no Sisu.
Consulte grade horária e converse com alunos
A primeira coisa que o aluno tem que decidir é o curso em que quer se
graduar. "A escolha do curso é algo que ele tem que amadurecer ao longo do
ensino médio e de todo o ano de vestibular. Pensar em quais são as suas
competências, o que gosta de fazer, como são as carreiras, o que a família
acha", indica Alessandra Venturi, orientadora educacional do Cursinho da
Poli.
Carreira escolhida, é hora de buscar as opções de faculdade. "Os
cursos mudam seu foco conforme a universidade, por isso é importante olhar a
grade curricular e procurar professores e alunos para conversar. Eles vão poder
dizer como é o curso e qual é a inserção no mercado de trabalho", indica o
coordenador do cursinho Etapa, Marcelo Carvalho.
Na hora de pesquisar as instituições, rankings e índices de qualidade,
como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), também ajudam a
guiar na escolha.
Mas isso não é suficiente. "Não adianta ele fazer Enem, ter uma
pontuação bacana e não saber como vai se manter no local [que escolheu fazer
sua graduação]", alerta Alessandra, do Cursinho da Poli. "Se ele vai
precisar de ajuda para se manter em outra cidade, é importante que o aluno
comece a pesquisar, por exemplo, a política de permanência de cada
universidade."
As instituições públicas de ensino costumam oferecer benefícios como
auxílio-moradia, restaurante universitário com preço subsidiado,
bolsa-alimentação e bolsas para estudantes que fazem iniciação científica ou
que prestam algum serviço dentro da universidade, como monitoria em
bibliotecas. No entanto, a quantidade de beneficiados e a estrutura depende de
cada instituição.
"O estudante tem que ver se a universidade tem algum tipo de bolsa,
se oferece moradia. Precisa saber o que tem ao redor da universidade, se ela
está em uma região que dá para trabalhar, que tem vaga de estágio", lista
Fábio Aviles Gouveia, consultor do Sistema Anglo de Ensino.
Sisu aberto, e agora?
O ideal é que o aluno tenha encontrado cinco ou seis opções de cursos e
instituições de interesse, indica Gouveia. "Assim ele pode focar e
monitorar essas carreiras no Sisu e fazer sua escolha conforme a nota de
corte."
Na hora da inscrição, o candidato tem que escolher um curso como
primeira opção e outro curso (que pode ser em outra instituição) como segunda
opção. Uma dica é "nunca colocar na segunda opção um curso que seja mais
concorrido que o da primeira opção", explica o professor Marcelo Carvalho,
do Etapa.
E se a nota não der para o curso que quero?
Divulgadas as notas de corte, nem sempre ficar abaixo da linha é sinal
de que a vaga não será conquistada. "Muita gente está inscrita ali e em
outros vestibulares, então é comum que a nota de corte esteja alta e depois
caia com a desistência", aponta Carvalho.
Para o professor, se a posição do estudante for menor que duas vezes a
quantidade de vagas – ou seja, se ele estiver entre os 60 primeiros
concorrentes para um curso de 30 vagas –, há grandes chances de ser chamado na
lista de espera.
"As listas rodam muito por causa das estaduais. Vale a pena ele
insistir na lista de espera", sugere o professor do Etapa.
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