Quem circulou na manhã desta sexta feira (14) na Rua Dr. Hermano Plech
no centro de União dos Palmares observou uma movimentação policial pouco comum:
um pelotão do PELOPES estava postado defronte a Secretaria Municipal de Saúde
para garantir a livre circulação de ambulâncias depois que foi registrado um
mal-entendido na manhã de ontem quando o plantão médico do Hospital Regional
São Vicente de Paulo solicitou apoio para remover um paciente para Maceió que
estava sob suspeita de estar acometido por meningite e que a ambulância demorou
a sair da garagem da secretaria.
Segundo alguns diretores do sindicato da categoria que mantiveram vigília
durante a noite na própria secretaria, o incidente não passou de um
mal-entendido, um desencontro de informações. ‘Recebemos orientações do comando
da greve para não permitir o transito dos carros que iriam levar os médicos e
enfermeiros para os postos de saúde e algumas pessoas confundiram nossa posição
e acharam que nós estávamos obstruindo o fluxo de ambulâncias’ afirmou o grevista.
O fato chegou ao conhecimento da Justiça que determinou a garantia de
pelo menos 30% dos serviços essenciais funcionando e como o fato da suposta
proibição gerou grande repercussão em toda cidade, a força publica teria sido
acionada para garantir a decisão judicial. Mesmo assim, pacientes que foram
marcar exames ou consultas médicas não foram atendidos. Também os funcionários
da secretaria que residem em Maceió e que todos os dias chegam à cidade para
trabalhar em dois ônibus lotados hoje não vieram trabalhar. Apenas os
funcionários da área contratados por força de convênios do governo federal
compareceram as repartições, mas não puderam trabalhar por falta de transporte.
A razão do movimento paredista
Segundo consta, o município estaria inadimplente há 90 dias com os
funcionários contratados em razão dos cortes no repasse do FPM e dos astronômicos
descontos no próprio repasse para compensar os débitos previdenciários herdados
de administrações anteriores (se fala que a mais de 20 anos os antigos gestores
não recolhiam o equivalente ao INSS dos servidores), o que somente na atual
administração está sendo feito.
Mesmo assim, as chamadas ‘verbas carimbadas’ foram repassadas e utilizadas
para pagar os agentes de saúde, agentes de endemias e médicos concursados. O
restante do pessoal efetivo, segundo um fonte da secretaria receberia na próxima
parcela do dia 20.
As colocações do sindicato
Um sindicalista disse a reportagem que ‘é lamentável a falência da
administração atual que transparece haver estabelecido uma rotina de greves: saúde
tem seu mês de atraso, infra estrutura outro e educação outro. O lamentável é que
os vereadores recebem religiosamente cada dia 20 e não estão sensíveis as
necessidades dos servidores, pois nada fazem e sequer se manifestam sobre o
assunto’ disse um representante da classe.
No meio do movimento, o vereador Manoel da Silva conhecido como ‘Manoel
Preguinho’ que é filiado ao PT, e que abordado sobre o assunto disse lamentar o
que está acontecendo com a administração municipal. ‘Não posso fazer parte
desse estado de coisas que pecam contra toda classe política de União. Espero
que no ano novo, as coisas melhorem e o prefeito inicie sua gestão que já está
dois anos atrasada’ criticou ‘Preguinho’.
redação //