30/09/2025 00:31:36

Alagoas Violência
06/11/2014 16:01:41

Número de acidentes com motos sobe 600%, aponta relatório do HGE

Número de acidentes com motos sobe 600%, aponta relatório do HGE
Ilustração

tribunahoje //

thayanne magalhães

Um relatório do Hospital Geral do Estado (HGE), enviado na quarta-feira (5) para o Jornal Tribuna Independente, mostra que o número de óbitos registrados na unidade de saúde, provenientes de acidentes de trânsito tem diminuído nos últimos anos, porém um dado alarmante está nos acidentes com moto, que aumentaram muito nos últimos 12 anos. Foram 645 vítimas em 2002 e 4.387 em 2013, um pulo de mais de 600%. Em 2014 já foram registradas 3.648 vítimas que deram entrada naquela unidade de saúde.

As colisões entre veículos também subiram de 2002 até 2013. Segundo o relatório do HGE, em 2002 foram 1.572 vítimas atendidas e em 2013 quase triplicou para 4.074. Em 2014 foram 3.141 vítimas atendidas até agora.

Reduções

De acordo com uma das tabelas do Serviço de Arquivo Médico de Estatística, em 2002 foram registrados 169 óbitos por acidentes de trânsito naquele hospital, aumentando para 175 em 2003 e a partir daí diminuindo até chegar a 53 em 2013.

Em 2014 já foram registrados 33 óbitos por acidente de trânsito no HGE.

Os dados locais confirmam a pesquisa nacional, que mostra que o número de vítimas fatais por acidentes de trânsito tem diminuído em Alagoas.

O material especifica também os tipos de acidentes registrados pelo hospital.

O número de atropelamentos em 2002 foi de 1.520 e em 2013 foram 1.428 vítimas. Em 2014 foram registrados até agora 1.176 atropelamentos.

O número de vítimas de capotamento, de acordo com os dados do hospital, diminuiu. Foram 412 em 2002 e 410 em 2013. Este ano foram registradas 362 vítimas desse tipo de acidente.

Vítimas de acidentes com bicicletas foram 755 em 2007 e 727 em 2013. Em 2014 foram 503 vítimas de acidentes com bicicletas atendidos até agora no HGE.

O total de vítimas de acidentes de trânsito atendidas em 2014 até setembro no HGE, é de 8.830.

Arapiraca é 10ª cidade do país em violência no trânsito

Na contramão do ranking do Estado, a cidade de Arapiraca aparece em 10º lugar no Mapa da Violência - pesquisa do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) -, no quesito “número e taxas (por 100 mil) de óbitos em acidentes de transporte em municípios com mais de 20 mil habitantes. População Total. Brasil. 2008/2012”.

Enquanto isso, Alagoas apresenta índice negativo na tabela da pesquisa que mostra as “taxas de óbito (por 100 mil) em acidentes de transporte na População Jovem por UF e Região. Bra-sil. 2002/2012”, com -10,0.

Na tabela que mostra as “taxas de óbitos (por 100 mil) em acidentes de transporte na População Total. UF e Região. Brasil. 2002/2012”, Alagoas aparece com -2,3, e na tabela de “óbitos por acidentes de transporte na População Total, por UF e Região. Brasil. 2002/2012”, Alagoas aparece com o índice de -1,6.

Maceió também aparece com índices zero ou negativos nos mesmos quesitos citados acima, indicando a diminuição do número de óbitos por acidentes automobilísticos na capital.

Arapiraca é a única cidade alagoana citada no ranking. A tabela mostra o número de habitantes do município (2018.140), o número de óbitos por ano (em 2008 foram 129, aumentando a cada ano até chegar a 197 em 2012).

A taxa de óbitos por acidentes de transporte na cidade do Agreste alagoano é de 90,3.

Em primeiro lugar está a cidade de Presidente Dutra, no Maranhão. Com 45.564 habitantes, que subiu de 10 óbitos em 2008 para 108 em 2012, com a taxa de 237,0.

Imprudência ao volante é fator para óbitos de jovens, diz especialista

Entre os fatores que levam aos números da pesquisa do Cebela, está a alta velocidade, combinação de bebida e direção e ausência do uso do cinto de segurança. Alguns dos principais causadores de morte em acidentes de trânsito.

De acordo com a pesquisa, os jovens de 21 anos são as principais vítimas. O levantamento também mostra um aumento no índice de morte de jovens que conduzem motocicletas, tendo como principal agravante a falta do uso do capacete.

O psicólogo Roberto Lopes Sales, especialista em comportamento, aponta a imprudência como um dos fatores que leva ao número de acidentes de trânsito com óbitos de jovens.

“Os jovens são mais imprudentes e possuem uma capacidade maior de correr riscos sempre constantes. Eles ainda estão fortalecendo a questão da responsabilidade e talvez alguns ainda não estejam preparados para ter um carro, que exige extrema responsabilidade”, explica o especialista.

Para o psicólogo, é preciso que se invista cada vez mais em campanhas educativas.

“A restrição ao álcool foi uma atitude excelente, pois os jovens costumam exagerar na bebida e depois pegar no volante. A educação familiar também é essencial para passar o senso de responsabilidade e limite para os jovens que dirigem”.