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A
União Farmacêutica Nacional, co-titular da patente e detentora do licenciamento
para comercialização de um medicamento feito a partir de uma proteína
recombinante obtida a partir dos genes da glândula salivar do carrapato,
enviará em novembro à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma
solicitação para que testes possam ser iniciados em seres humanos.
Os
estudos, feitos por pesquisadores do Instituto Butantã a partir da genética do
carrapato Amblyoma cajennense, conhecido como carrapato-estrela, identificaram
uma proteína com ação anticoagulante e potencialmente anticancerígena.
Experiências
realizadas em camundongos apontaram redução ou eliminação de tumores do tipo
melanoma (câncer de pele), tumores de pâncreas e renais, e a redução de metástases
pulmonares, dependendo do número de doses da formulação aplicadas nos animais.
Os
pesquisadores observaram também que a substância foi totalmente excretada por
animais saudáveis, mas conduzida diretamente ao tumor em animais que tinham
câncer. Isso significa que a saliva do carrapato possui propriedades tóxicas
para células tumorais, sem oferecer risco para células saudáveis, explica a
coordenadora do estudo e responsável pelo Laboratório de Bioquímica e Biofísica
do Instituto Butantã, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi.
Segundo
a pesquisadora, o objetivo do estudo é a obtenção de um medicamento capaz de
tratar a doença. Após a realização de testes feitos em humanos, os resultados
serão submetidos a análises de comitês de ética e ensaios clínicos, antes de
chegar ao mercado.
A
investigação foi iniciada em 2003 e conta com financiamento da União Química
Indústria Farmacêutica, além de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDES). A expectativa é que o medicamento seja totalmente produzido
no Brasil.