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thayanne magalhães
Agora
já são seis o número de casos suspeitos de febre chikungunya em Alagoas. De
acordo com o médico infectologista Gilberto Salustiano de Lima, uma mulher está
internada no Hospital Escola Dr. Hélvio Auto com os sintomas da doença.
“A
mulher sente dores nas articulações e febre alta. O resultado dos exames que
estão sendo realizados no laboratório referência na cidade de Belém, no Pará,
ainda não chegaram em Alagoas e o procedimento é demorado mesmo”, explica o
médico.
Nenhum
dos casos suspeitos recebeu o resultado do exame das amostras de sangue das
pessoas que poderiam estar com o vírus.
O
Jornal Tribuna Independente entrou
em contato com o Instituto Evandro Chagas, para onde estão sendo levadas as
amostras dos casos suspeitos de chikungunya, e questionou sobre quanto tempo
leva para se obter o resultado de um exame desses, mas não obteve resposta até
o fechamento da edição desta sexta-feira (24).
A
amostra do primeiro suspeito de estar com a doença em Alagoas foi enviada para
o laboratório no dia 23 de setembro, segundo informou a diretora de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Cleide Moreira.
“Não
temos nenhum caso que possamos dizer com certeza que é a febre chikungunya”,
afirma Cleide.
A
doença possui sintomas parecidos com a dengue, porém com dores mais fortes. A
febre também é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.
‘Falta de educação pode causar surto da doença’
Não
é a primeira vez que um médico especialista no assunto afirma que a febre
chikungunya está prestes a chegar em Alagoas. Assim como o infectologista Celso
Tavares, o colega de profissão Gilberto Salustiano de Lima acredita que em
breve muitas pessoas estarão sofrendo com a doença no estado.
“O
grande problema é a falta de educação das pessoas. Não existe um anti-viral
para tratar da febre chikungunya como também não tem um tratamento específico
para dengue ou ebola, por exemplo. O que a população precisa é ter cuidado com
os focos de proliferação do mosquito que transmite a doença”, opina o
infectologista.
Gilberto
Salustiano conta que mesmo estudantes universitários costumam jogar lixo no
chão, e que a falta de consciência está em todas as classes sociais.
“Quando
a febre chegar no Estado, e vai chegar com certeza, muitas pessoas vão sofrer
com os sintomas. Quem joga e quem não joga lixo na rua, onde se acumula água e
o mosquito se reproduz. A chikungunya provoca dores articulares e de cabeça
ainda mais fortes que a dengue e na fase mais aguda deixa sequelas por meses. A
pessoa pode sentir dores incapacitantes”.
Salustiano
se preocupa com as pessoas que sofrem com doenças como diabetes, asma, câncer,
cálculo renal crônico, que devem sofrer ainda mais com os sintomas.
“Principalmente
quem não pode tomar anti-inflamatório. Essas pessoas vão sofrer ainda mais que
as outras”.