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severino carvalho
As
prefeituras alagoanas devem fechar as portas nesta segunda-feira (20). A medida
é uma forma que os gestores encontraram para alertar a população sobre as constantes
quedas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e as dificuldades
financeiras enfrentadas pelos gestores. O ato tem o apoio da Associação dos
Municípios Alagoanos (AMA).
“Queremos
chamar a atenção da população para as dificuldades financeiras que estão
passando os municípios brasileiros e pressionar o Congresso para que aprove o
aumento da ordem de 1% do FPM, metade para 2015 e a outra metade para 2016. A
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) já foi aprovada pelo Senado, falta,
agora, a Câmara dos Deputados avaliar e votar. Serão necessários 315 votos a
favor”, declarou Dantas.
A
decisão de paralisar as atividades nesta segunda foi tirada em assembleia
durante o encontro do Diálogo Municipalista, evento organizado pela
Confederação dos Municípios (CNM). Algumas prefeituras, entretanto, já haviam
anunciado à população o fechamento para o dia 15, quando 13 delas suspenderam
as atividades em Alagoas, três na região Norte do Estado: Japaratinga, São Luís
do Quitunde e Matriz do Camaragibe.
Os
serviços básicos como educação e saúde foram mantidos normalmente, o que deve
ocorrer nesta segunda, quando é esperado um número muito maior de prefeituras
fechadas. O presidente da AMA enfatizou que o movimento é municipalista e não
partidário, independe de eleição ou partido.
“Brasília
gosta de repassar responsabilidades para os municípios sem garantir os
recursos, independente de quem está no poder”, afirmou Dantas. Segundo a AMA, a
previsão do repasse anunciada para outubro é quase 8% a menos que o mês de
setembro, que já teve uma redução de 13% com relação a agosto.
Demissões
Prefeituras
como a de Japaratinga e Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, anunciaram o
corte de gastos e a demissão de funcionários contratados e comissionados.
“Pela
primeira vez em minha administração não consegui pagar a folha dos contratados.
Teremos de fazer um realinhamento, cortar gastos com combustível, transporte e
promover um enxugamento geral da folha, até porque estamos com um número de
funcionários contratados muito acima do que permite a lei”, revelou o prefeito
de Japaratinga, Newberto Neves (PRP).
Ele
anunciou que vai lançar edital para a realização de concurso público em breve,
conforme exigência do Ministério Público Federal (MPF). Neves lembrou, ainda,
que municípios pequenos, a exemplo de Japaratinga, sofrem ainda mais com a
queda nos repasses do FPM, principal receita.
“Nosso
ISS (Imposto Sobre Produtos e Serviços) é baixíssimo e não recebemos
royalties”, lembrou Neves.
A
prefeitura de Maragogi não fechou as portas no dia 15, mas, segundo o gestor
Henrique Peixoto (PSD), vai aderir à paralisação desta segunda-feira. O
prefeito esteve reunido, na semana passada, com secretários municipais. Eles
estudavam medidas de contenção de despesas.
“Do
jeito que está não estou conseguindo honrar os compromissos firmados com
servidores e fornecedores. Dessa forma, não há planejamento que dê certo,
porque as previsões do FPM que nos são repassadas sempre vêm abaixo do
previsto. Infelizmente teremos de fazer exonerações de comissionados e
contratados, bem como cortar gratificações”, anunciou o prefeito de Maragogi.
Umas
das áreas mais afetadas será a Educação. Dezenas de professores que estão fora
da sala de aula serão convocados a assumir seus postos. Aqueles que não atenderem
ao chamado, responderão a processo administrativo, informou o prefeito.