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Moradores do Conjunto Armando
Lyra, destinado a vítimas das enchentes de 2010 em São José da
Laje, município da Zona da Mata de Alagoas, reclamam que o local
virou um acúmulo de problemas ambientais. As 1.006 casas lançam o esgoto direto
no meio ambiente.
Dona Maria Laurindo diz que o
local fica alagado quando chove. "É um absurdo porque toda vez que chove a
minha casa fica inundada. A água retorna pelo esgoto e até pelo vaso
sanitário", afirma.
O prefeito da cidade, Bruno Rodrigo Valença de Araújo, o Rodrigo do Neno
(PMDB), responsabiliza a construtora pelos problemas. “As obras foram feitas com
recursos federais, a prefeitura não se responsabiliza por isso. Faltou uma
estação de tratamento definitiva”, afirma Valença.
À época o Instituto de Meio
Ambiente (IMA) fez uma vistoria e encontrou diversas irregularidades. O limite
para a balneabilidade é de mil coliformes fecais para cada 100 ml de água, mas
no riacho vizinho ao conjunto, a quantidade chegou a 5 milhões de coliformes.
Pelo menos dois processos foram abertos e a construtora foi multada em R$ 38
mil. Por ter sido construído com recursos federais, o caso foi levado à
Procuradoria da República em Alagoas.
"Cabe à prefeitura
acompanhar a expansão da cidade. Esse é um conjunto aberto e várias novas
construções foram feitas. Nós [construtora] fizemos a denúncia ao IMA do que
estava acontecendo aqui", afirma o coordenador técnico de engenharia da
Humberto Lôbo.
O IMA diz que o novo
relatório será entregue à Procuradoria da República. "Vamos encaminhar o
relatório para que seja feita uma análise das denúncias. Esperamos que haja um
entendimento para que essa situação seja resolvida", afirma o diretor
técnico do IMA, Ricardo César Barros.