correiodealagoas //
m. de mulher
Desde que Angelina Jolie
declarou ter retirado as mamas para prevenir um câncer, o número de
mulheres que buscam pela mastectomia aumentou 50%, segundo um levantamento que
especialistas da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) fizeram baseado em suas
consultas. "A indicação para essa cirurgia é limitada a um grupo de
pacientes que têm uma mutação genética específica ou um histórico familiar
muito importante", explica o mastologista Cicero Urban, coordenador do
departamento de cirurgia oncoplástica da SBM. Se por um lado o interesse mostra
que as pacientes estão preocupadas com a proteção contra esse tipo de câncer,
por outro, o dado demonstra que ainda há muita desinformação sobre a melhor
forma de afastar tumores nos seios. Por isso, está aí uma oportunidade para os
profissionais orientarem sobre a importância do diagnóstico precoce da doença,
feito pela mamografia.
O objetivo do procedimento é identificar o tumor quando ele ainda não é palpável, o que aumenta a chance de cura em até 95%. Outras vantagens de detectar o câncer logo cedo é fazer uma cirurgia e um tratamento menos agressivos - ou seja, pode não ser necessário retirar a mama ou até fazer quimioterapia.
A recomendação de entidades como a SBM, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e o Colégio Brasileiro de Radiologia é que mulheres com mais de 40 anos de idade façam esse exame anualmente. "A partir dessa faixa etária e, principalmente, depois dos 50 é quando há mais risco de desenvolver a doença", diz o médico Afonso Nazário, chefe da disciplina de mastologista da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
E as mulheres que
ainda não completaram 40 anos?
Elas não precisam realizar a
mamografia periodicamente, a menos que haja muitos casos de tumores nos
seios em familiares próximos, como mãe e irmãs. "Sugerimos começar a fazer
o exame dez anos antes do parente mais jovem que teve a doença", explica
Nazário. Isso significa que se a sua mãe desenvolveu a enfermidade aos 40 anos,
por exemplo, o ideal é que você comece a passar pelo procedimento aos 30.
?"Quando hereditário, o câncer de mama costuma ocorrer mais cedo",
alerta o médico.
Nos últimos anos os
especialistas têm reduzido o foco nele. O ideal é detectar o tumor quando ele
ainda mede milímetros, o que não acontece quando já é possível senti-lo com as
mãos. É claro que o procedimento contribui para o diagnóstico, mesmo que não
precocemente, mas ele não exclui a necessidade de fazer a mamografia.