correiodealagoas //
m. de mulher
Você já ouviu falar na meningite eosinofílica? Diferente de outras
meningites - causadas por vírus ou bactérias - essa doença é caracterizada por
uma infecção provocada principalmente por parasitas. Um dos maiores
responsáveis pelo problema é o Angiostrongylus cantonensis, um verme originário
do continente asiático, transmitido por crustáceos e moluscos.
De acordo com um estudo publicado em junho de 2014 na revista científica
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o primeiro relato brasileiro desse tipo de
meningite decorrente do Angiostrongylus foi feito em 2007. Desde então, houve
34 casos confirmados em pacientes de Pernambuco, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, sendo que um deles resultou em
morte.
Os cientistas acreditam que essa distribuição se deve, especialmente, à
disseminação do caramujo-gigante-africano pelo território nacional. O intuito
da pesquisa, segundo os autores, é alertar profissionais de saúde para essa
versão da doença.
"Todos estão muito preocupados com as meningites virais e
bacterianas e não conhecem outras possibilidades que, embora mais raras, podem
se tornar comuns", alerta Carlos Graeff-Teixeira, professor de
parasitologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
e um dos líderes da investigação.
Sintomas A meningite eosinofílica se manifesta da mesma forma que as
outras versões da doença. "O paciente pode apresentar dor de cabeça,
febre, vômito e rigidez na nuca", informa o infectologista Paulo Olzon, da
Universidade Federal de São Paulo. Tratamento Assim como a meningite viral, a
cura da eosinofílica é espontânea. "Não existe um remédio que seja capaz
de matar o verme", conta Graeff-Teixeira. Por isso, o que se faz é
observar o quadro e receitar medicamentos que amenizem os sintomas, como
analgésicos e corticóides.