estadãoalagoas //
r7
Com a diversidade de religiões no mundo, a intolerância ganha ainda mais
forças. A perseguição religiosa fere a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, assinada na França em 1948. No artigo 18, a lei declara que todo homem
é livre para pensar, ter consciência e religião, com liberdade para mudar de
religião ou manifestá-la de forma coletiva ou isoladamente.
Porém, apesar de 58 Estados terem ratificado a Declaração, muitos ainda
reprimem o direito religioso de seus moradores com penalidades duras, como a
pena de morte. Em muitos casos, as pessoas que abandonam a fé adotada pelo país
são presas, torturadas e podem perder tudo o que possuem.
Confira a lista dos 10 países com mais casos de perseguição religiosa e
casos recentes que deixam as instituições em alerta.
De acordo com a instituição Portas Abertas Brasil, que faz a
classificação dos países com maior incidência de perseguição religiosa, a lista
leva em conta as hostilidades cometidas contra o indivíduo, a família, a
comunidade, a nação e a igreja formada.
O primeiro país da lista, a Coreia do Norte, costuma prender religiosos
e forçá-los a trabalhar como escravos. De acordo com a ONG internacional Human
Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos, em tradução livre), as
atividades religiosas não existem no país e o governo patrocina grupos
religiosos que não desafiem a autoridade local para criar uma ilusão de
liberdade religiosa.
O país lidera o ranking há 12 anos
Os ataques têm tido mais força em países do Oriente Médio e da África,
por causa do alto índice de diversidade religiosa e intolerância contra grupos
considerados ocidentais ou inferiores.
Na Somália, o grupo militante Al Shabaab, fundamentalista islâmico,
ataca membros de outras igrejas e templos.
Segundo a Portas Abertas, os 0,04% de cristãos que existem no país são
obrigados a praticar sua fé em segredo. Apesar do país ter maioria islâmica e
sunita, os ataques às religiões são praticados por insurgentes fundamentalistas
A Síria ocupa o terceiro lugar da lista geral. Em plena guerra civil,
que já dura mais de três anos, quase todas as igrejas e mesquitas das cidades
afetadas foram derrubadas em bombardeios.
As forças do governo e os rebeldes continuam em ataques constantes que
inibem manifestações religiosas e deslocamento de milhares de refugiados. As
cidades com maiores índices de liberdade religiosa se tornaram cidades fantasma
Com maioria islâmica, o Iraque adota a religião como base para decisões
políticas.
Nas cidades de Bagdá e Mosul, cobram-se taxas de não-muçulmanos para
diminuição de fiéis em outras religiões. A região curda, que é considerada
semi-autônoma também é perseguida
Em um efetivo clima de guerra, insurgentes sunitas estão ameaçando a
liberdade como um todo. Membros do Estado Islâmico do Iraque e do Levante já
mataram centenas de pessoas e deslocaram, segundo a Portas Abertas Brasil, mais
de 250 famílias.
O grupo fundamentalista, que é uma dissidência da Al Qaeda, é uma das
maiores ameaças porque não costuma hesitar em matar opositores ao ideal
islâmico
No Afeganistão, as religiões consideradas ocidentais são vistas
como hostis à cultura local e à sociedade. Hindus, budistas e cristãos são
minoria no país de maioria muçulmana.
De acordo com a constituição local, a conversão pode ser considerada
apostasia e punida com morte. Em pronunciamento, o embaixador do Afeganistão
nos Estados Unidos disse que “o governo só não deseja que os princípios de
outras religiões dominem o país”
Em 2010, o Departamento de Estado norte-americano disse que na Arábia
Saudita, sexto país no ranking, a liberdade de religião não é reconhecida ou
protegida sob lei e que as políticas do governo colocam graves restrições à
liberdade religiosa.
Apesar de ter maioria muçulmana, os xiitas da Arábia Saudita sofrem
discriminação na educação e na justiça.
Todos os estrangeiros são obrigados a comemorarem as festas do islamismo
De acordo com a Portas Abertas Brasil, a Maldivas ocupa o sétimo lugar
no ranking de perseguição religiosa.
Na constituição local, todos os cidadãos devem ser muçulmanos para
viverem nas Maldivas. Para as autoridades, a conversão para outras religiões
está associada à perda da cidadania
Apesar de a Constituição paquistanesa estabelecer o Islamismo como
religião do Estado, também prevê que minorias religiosas devem ter condições
para manterem suas práticas.
Entretanto, a lei da blasfêmia pode levar à morte pessoas que desprezam
o Islã e seus profetas. Para acusar alguém de blasfêmia, não é necessário ter
provas, apenas uma acusação formal.
No Paquistão, a palavra de um muçulmano vale pela palavra de dois não
muçulmanos, o que colabora para que o país fique no oitavo lugar do ranking
Em nono lugar, o Irã assegura direitos de liberdade religiosa para
cristãos, judeus e zoroastras, apesar de todos eles relatarem perseguição.
No país, é permitido que igrejas ensinem seus credos, porém, são
proibidas de fazer isso em persa, língua oficial do país o Iêmen, a
Constituição declara o islamismo como religião do Estado e a sharia (a lei
islâmica) como fonte da legislação.
Todos podem adorar aos seus deuses, porém, o governo proíbe a conversão
em massa e de muçulmanos a outras religiões
Apesar de não estar no ranking dos dez países mais perigosos, alguns
países têm sofrido constantes ataques, que chamam a atenção da comunidade
internacional. O Quênia é um dos principais.
Na última segunda-feira (16), o grupo islamita somalis shebab
reivindicou um ataque em uma cidade litorânea do país, deixando 49 mortos.
Em entrevista ao tabloide britânico Daily Mail, uma mulher que não quis
se identificar afirmou que os militantes entraram na sua casa e perguntaram se
eles eram muçulmanos. “Meu marido disse que éramos cristãos, então eles
atiraram na cabeça dele”, disse a mulher
Também na segunda-feira (16), uma professora cristã foi condenada a seis
meses de prisão no Egito por acusar e ofender o Islã.
A lei que vigora no Egito castiga insultos ou falta de respeito ao Islã,
ao Cristianismo e ao Judaísmo. A professora, que é cristã copta, já teria
pagado multa de cerca de R$ 30 mil (10 mil euros) ao governo.
O governo do Sri Lanka impôs toque de recolher em duas cidades depois de
confrontos entre budistas e muçulmanos. Duas pessoas morreram e 40 ficaram
feridas na ocasião.
De acordo com Ajith Rohana, porta-voz da polícia, os budistas teriam
queimado lojas de islâmicos.
Ainda segundo a polícia, o ataque teria sido uma resposta a um espancamento
de um monge budista por quatro muçulmanos.