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Nesta sexta-feira (12)
a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) negou, por
unanimidade de votos, a liberdade a José Valdir Gomes Ferreira. O réu é
suspeito de pertencer a um grupo de extermínio conhecido como “Ninjas”.
Preso há sete anos, o acusado é
apontado como um dos envolvidos na morte de quatro jovens em União dos
Palmares, em 2002.
De acordo com a defesa, o acusado
estaria preso há mais de sete anos, sem que tenha sido levado a julgamento.
Segundo os autos, José Valdir teve a prisão decretada em agosto de 2006 e
restabelecida em outubro de 2009, após ter sido revogada em março de 2008.
O desembargador Fernando Tourinho
de Omena Souza, relator do processo, explica que a demora na condução do réu ao
Tribunal do Júri é explicada pela complexidade do caso. Além isso, a
interposição de recursos em sentido estrito, desmembramento do feito e pedido
de desaforamento e outras ocorrências ensejaram a necessidade de ‘uma dilação
dos prazos processuais para sua conclusão’.
Segundo o desembargador, a prisão
deve ser mantida com base na necessidade de garantia da ordem pública. “Diante
da extrema gravidade do delito, da alusão ao fato de que o paciente participava
de grupo criminoso, temo que a sua liberdade, ainda que originada de um
eventual excesso na conclusão do feito, não se revela medida razoável e
adequada, até porque deu indicativos de extrema periculosidade”, fundamentou.
‘Chacina do Mata Quatro’
José Valdir Gomes Ferreira é
acusado de envolvimento na execução de Tiago Holanda da Silva, Cizenando
Francisco da Silva, Sydronio José da Silva e Maurício da Silva, em setembro de
2002. O ex-policial militar seria integrante do grupo de extermínio “Ninjas”,
que atuava em União dos Palmares.
Em agosto de 2014, o Pleno do
TJ/AL transferiu o julgamento José Valdir Gomes para a Comarca de Maceió. O
desaforamento também incluiu os réus Marcos Mota dos Santos, José Paulo Barros
de Araújo e Nilton Nascimento Correia.
Outros envolvidos no caso, os
ex-militares Eraldo Tadeu Vieira dos Santos e Antônio Batista de Lima Neto
foram julgados e condenados a mais de 70 anos de prisão, em 2013.