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Brasil, cerca de 70 milhões de pessoas (35% da população) sofrem de algum tipo
de alergia – uma espécie de “confusão” no sistema imunológico, que faz com que
o corpo estranhe alguma substância e reaja a ela.
Algumas
são mais simples, com sintomas como coceiras e rouquidão. Mas há outras –
principalmente as relacionadas a alergias a medicamentos – que podem causar o
choque anafilático, capaz de matar em 15 minutos. Entre os principais tipos
de alergia estão
as causadas por alimentos, remédios e picadas de insetos.
Cenário: Brasil
faz consulta pública sobre rótulos de alimentos
E
como descobrir se você é alérgico a alguma coisa? A pergunta é difícil de
responder, afirma a alergologista e imunologista do Hospital Sírio Libanês, Ana
Paula Castro. “Não existe um check-up completo de alergias”, explica. Antes de
tudo, é preciso uma boa história clínica do paciente para ver quais são os
possíveis alergênicos que vale a pena verificar em exame.
Dica:
Como
atenuar crises de alergia
“Primeiro
se faz o teste na pele, depois no sangue. E, às vezes, é necessário um teste de
provocação”, explica a médica, referindo-se à ingestão de algum alimento ou
medicamento que fez mal. O teste de provocação, no entanto, só deve ser feito
sob o acompanhamento criterioso do médico, pois pode acontecer alguma reação
maior do que a necessária para se comprovar a alergia.
Confirmada
a alergia, não há milagre: a única forma de não ter crises é manter-se longe do
produto que provoca todos os sintomas indesejáveis.
Veja o que cada alergia pode causar:
Alimentos – a alergia
a alimentos
surge mais comumente na infância, mas também pode surgir na vida adulta. Mesmo
porque, com a globalização, o brasileiro começou a comer alimentos que não eram
tão comuns por aqui. Logo, quem já tinha tendência genética a ter alergia a um
determinado alimento, pode só ter tido contato com ele na vida adulta.
Leia:
Convivendo
com a intolerância ao leite
Os
sintomas principais de alergia a alimentos são diarreia, vômitos, rouquidão,
coceira ou inchaço nos lábios e até mesmo a anafilaxia, que é quando a garganta
se fecha impedindo a passagem do ar, ou quando há uma queda brusca da pressão
arterial.
Pele
– conhecida por dermatite
de contato,
algumas substâncias podem causar alergia na pele. A pele das pessoas alérgicas
costuma ser mais seca do que o normal, e, com o inverno e os banhos quentes,
ela fica mais irritada, áspera e sensível. O problema pode piorar com o contato
de tecidos mais grossos, como a lã. Atenção: mesmo se uma pessoa não tiver
alergia de pele mas for muito alérgica ao leite, por exemplo, e passar um creme
que contém leite na pele, ela pode ter uma reação alérgica similar à que teria
se tivesse ingerido o laticínio.
Respiratórias – a combinação de temperaturas baixas e poluição faz com que essa
alergia seja mais comum no inverno, com o agravamento de
rinites e
asma. A poeira, mofo, polens de plantas também causam alergias respiratórias.
Descubra: Qual
a diferença entre bronquite e asma?
Dá
para amenizar a quantidade de ácaros e poeira nos ambientes com uma medida
simples: lavando as peças guardadas há muito tempo, assim como os cobertores e
edredons. Os sintomas de que a pessoa foi pega pela alergia não são feitos
apenas de espirros, coriza e tosse, mas são marcados também pela coceira nos
olhos, falta de ar e dor de cabeça.
Medicamentos – alergia a medicamentos é diferente das reações adversas dele. Na
alergia, o sistema imunológico está envolvido, nas reações adversas ainda não
se sabe o que desencadeia. Os sintomas principais dessa tipo de alergia são
vômitos, coceira e erupções na pele, inchaços e urticária. Em casos mais sérios
aparece a temida anafilaxia, capaz de matar em apenas 15 minutos.
Picadas de insetos – a alergia ao veneno dos insetos acontece mais em crianças: o veneno
contém um componente proteico que deixa o sistema imunológico mais “animado”,
causando a alergia. A reação mais comum é a formação de bolinhas na pele, com a
região em torno avermelhada.
Corpo fechado: Como
se proteger das picadas de insetos
O
ideal é evitar coçar, pois as unhas podem trazer bactérias que provocam
infecções. Os insetos que mais causam alergia são os tão comuns pernilongos,
além das formigas, borrachudos, pulgas e carrapatos.
Animais – ao contrário do que se pensa, não são exatamente os pelos dos cães e
gatos que causam a alergia, mas a descamação da pele, que é alimento para
ácaros que, por sua vez, fazem a festa e provocam a reação alérgica. Manter o
ambiente limpo e procurar deixar o animal afastado de quem tem alergia ajudam a
resolver o problema.