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Dos 102 municípios alagoanos, apenas Maceió atende
à exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal que determina a implantação e
manutenção de portais da transparência com informações sobre a execução
orçamentária e financeira. Diante disto, o Ministério Público de Contas, o
Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal estão enviando
notificações, desde a última segunda-feira (18), recomendando aos outros 101
municípios que regularissem a situação em até 30 dias.
De acordo com a assessoria de comunicação do MP, os dados são de um
estudo feito pelo Fórum de Combate à Corrupção em Alagoas (FOCCO/AL) e pela
Controladoria Geral do Estado (CGE). Caso a recomendação não seja acatada, cada
instituição, dentro das suas atribuições, poderá adotar as medidas cabíveis, o
que inclui a possibilidade de responsabilização pessoal do prefeito de cada
município.
De acordo com a legislação, os portais da transparência devem ser
instituídos e mantidos por meio de \"ferramenta de liberação ao pleno
conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, com informações
pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira\". Segundo o
levantamento, entretanto, o descumprimento à Lei se dá em graus diferentes:
pela não criação da ferramenta de publicidade, pela não adequação aos padrões
mínimos exigidos ou porque as prefeituras não disponibilizam as informações em
tempo real.
De acordo com a chefe da Controladoria Geral do Estado, Rosa Tenório, esse
é o segundo levantamento realizado pela CGE acerca dos portais da
transparência. \"Apesar de termos detectado que aumentou o número de
municípios com páginas administrativas e que estão fornecendo dados ao TCE, a
maioria fica restrita às cobranças e não acrescenta nada mais que possa ajudar
o cidadão a acompanhar os gastos públicos. Então, a conclusão a que o nosso
relatório chegou é que a LRF está sendo descumprida pelos gestores, e da mesma
forma a Lei de Acesso à Informação, que já está em vigor desde 2011, também é
desrespeitada\", esclarece.
\"É uma obrigação dos gestores públicos a adoção das providências
necessárias ao cumprimento do dever de instituir e efetivar a disponibilização
em meio eletrônico e em tempo real das informações concernentes aos gastos de
cada prefeitura. Como o prazo estabelecido na lei já foi extrapolado, os
administradores terão que demonstrar, em 30 dias, o efetivo cumprimento dessa
obrigação, sob pena de pronta representação junto ao TCE/AL [Tribunal de Contas
do Estado de Alagoas]\", alerta Pedro Barbosa Neto, procurador-geral do
Ministério Público de Contas
O procurador da República em Alagoas, Marcelo Jatobá Lobo, destaca a
importância da ferramenta. \"A Lei de Responsabilidade Fiscal possibilita
a realização do controle social da execução orçamentária e os Ministérios
Públicos, como fiscais da lei, não podem mais esperar que os gestores decidam
quando querem implantar os sítios eletrônicos. É importante esclarecer que a
população já começou a fazer essa fiscalização e tem sido nossa
parceira\", conclui.