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A direção do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), localizada no bairro da Cidade Universitária, em Maceió, determinou a reabertura da maternidade que foi fechada na manhã desta segunda-feira (18) devido à superlotação de gestantes. O hospital é referência nacional em atendimento a grávidas de alto risco.
Segundo a coordenadora da maternidade, Lúcia Amorim, os serviços haviam sido suspensos temporariamente por conta do alto número de gestantes na unidade. "Nossa preocupação é que a maternidade do HU possui um serviço referenciado e só deveria receber pacientes de alto risco. No entanto, gestante de baixo risco estavam ocupando leitos comprometendo o trabalho, já que há outras unidades médicas em Maceió destinadas para grávidas que não estão em risco", disse ao solicitar a compreensão da população para evitar novas superlotações.
Preocupação
À reportagem do G1, o secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Bôas afirmou que em caso de falta de leitos pelo SUS, as gestantes de alto risco podem ser encaminhadas para maternidades de hospitais particulares e até para outros estados. Ele disse que vai se reunir ainda nesta segunda com os gestores do HU para tentar resolver o problema.
Uma gestante que não quis ser identificada falou à reportagem que, por causa da falta de leito, os médicos acabam liberando as grávidas antes do período adequado. "Estou com 36 semanas de gravidez, com infecção urinária e três dedos de dilatação, mas o médico quer me dar alta para desafogar aqui", disse.
Segundo a assessoria de comunicação do HU, somente no setor de pré-parto há 33 gestantes, quando a capacidade era de apenas 12. O setor de triagem, onde as pacientes passam por avaliação para saber se há risco na gravidez, também está superlotado, inclusive, com gestantes deitadas em colchões no chão.
O problema teve início no fim de semana e no domingo (17) à noite a superlotação já preocupava a direção, que decidiu fechar as portas nesta segunda. Não há previsão para o hospital reabrir a maternidade para novas gestantes e a direção recomenda que as pacientes procurem outras unidades na cidade.
De acordo com a médica obstetra, Carolina da Mota Araújo, a superlotação de pacientes piorou quando a maternidade da Santa Casa, que também é referência em gestantes de alto risco, foi fechada para reforma. "Estamos recebendo pacientes três vezes mais do que antes. Por não haver leitos suficientes, estamos improvisando partos em macas, cadeiras e colchões, eu mesma já fiz parto de uma gestante em uma cadeira. Também falta material como luvas e antibióticos e analgésicos".
O Cora [Complexo de Regulação de Serviços de Saúde] já foi comunicado sobre a situação de superlotação na maternidade e a impossibilidade de atendimentos nessas condições.