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União dos Palmares
14/07/2014 15:18:56

Vergonha - Ônibus com alunos da UFPE quebra na estrada de acesso a Serra da Barriga

As péssimas condições da estrada dificultam o turismo no período chuvoso

Vergonha - Ônibus com alunos da UFPE quebra na estrada de acesso a Serra da Barriga
A aula de campo e o passeio foi interrompido por algum tempo em função da péssima condição da estra

Por João Paulo Farias – Texto e Fotos

 

Cerca de cinquenta estudantes dos cursos de licenciatura em Pedagogia, Matemática e Química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Campus Caruaru, enfrentaram dificuldades na manhã do sábado, 12, em visita à Serra da Barriga, localizada no município de União dos Palmares, Estado de Alagoas.

 

O passeio foi uma aula de campo da disciplina Racismo e Educação das Relações Étnico Raciais e quase não acontece devido as péssimas condições da estrada de barro que dá acesso a serra. O ônibus pertecente a UFPE danificou o parachoque quando tentava atravessar uma lagoa formada no meio do caminho.

 

Após quase uma hora no meio da estrada, os estudantes foram transferidos para um ônibus mais simples alugado às pressas no valor de R$ 200 reais. Mesmo assim o veículo teve dificuldades devido ao excesso de buracos na estrada. Já passava das onze horas quando, enfim, os estudantes chegaram ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

 

A excursão foi acompanhada pelo guia em turismo Carlos Santos, que apresentou aos estudantes um pouco da história do local que representa a luta do povo negro contra a escravidão.

 

O Parque, que passou por uma reforma, ainda não está funcionando em sua totalidade. Dos seis pontos de áudio, apenas quatro funcionam. Os banheiros estão ainda sem água, segundo informações, por problemas no sistema de bombeamento.

 

CONHECIMENTO

 

Mesmo com tantos problemas a visita foi positiva na avaliação dos alunos e professores. Para a professora Denise Torres, que ministra a disciplina Racismo e Educação das Relações Étnico Raciais, o momento foi de ampliar os conhecimentos que os alunos adiquirem através dos textos em sala de aula.

 

“A gente estuda muito sobre a valorização da cultura do negro, sobre racismo, sobre o que é um quilombo. Mas aí eles (alunos) têm muito essa visão distanciada e quando a gente vem pra cá, consegue trazer essa vivência”, avalia a educadora.

 

Há dois anos que a professora traz excursões pedagógicas à Serra da Barriga. Segundo ela, cerca de 180 alunos já visitaram o local. Questionada sobre a falta de estrutura para chegar ao parque, Denise disse que a visita teria sido melhor se não houvesse tantos problemas.

 

“A gente poderia ter aproveitado melhor; e aí é uma luta nossa também, o que a gente puder ajudar pra melhorar a infraestrutura, para possibilitar o acesso a nossa cultura”, conclui.

 

Aluna do quinto período de Pedagogia, Karem Chagas, disse que foi uma experiência única conhecer a serra. “A gente sabe que a questão dos negros é uma coisa que a gente só vê na Universidade, porque na escola a gente não aprende isso”, ressaltou Chagas.

 

Ela disse que quer voltar mais vezes ao local e vai usar o conhecimento adquirido quando estiver em sala de aula. “Vai ajudar eu poder chegar à sala de aula e passar para meus alunos que a gente não está mais com aquela visão europeia”, destacou a estudante.

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