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Uma doença rara, neuro degenerativa e progressiva, a Esclerose Lateral
Amiotrófica (ELA) tem o pico de incidência próximo dos 60 anos de idade. A
doença, que não tem cura, só tem um tratamento aprovado, que normalmente
estende a vida do paciente por quatro meses a seis meses. A ELA provoca a morte
dos neurônios motores, células que fazem a conexão entre o que a pessoa quer
movimentar e o músculo que executa a ação.
“É uma doença que carece muito de novos tratamento e novas medicações
que possam não só ajudar a estender a sobrevida, mas também a melhorar a
qualidade de vida do paciente”, avalia o pesquisador coordenador científico do Instituto
Paulo Gontijo, Miguel Mitne. Segundo ele, existem no mundo diversas pesquisas
clínicas que visam a aumentar a vida do paciente, mas nada é conclusivo.
O paciente com ELA tem uma perda progressiva da movimentação e
normalmente morre por falência respiratória, geralmente depois que está
acamado, sem movimento de perna, braços. De acordo com o especialista, depois
que os sintomas aparecem, é frequente que a sobrevida seja de 3 anos a 5 anos.
Os primeiros sintomas da doença são perda de força muscular, câimbras e
fasciculações (espécie de tremor involuntário). Os últimos levantamentos
apontados por Miguel Mitne, no Brasil, a cada 100 mil pessoas, uma tem ELA. Em
relação às mulheres, homens têm 1,2 vez mais chance de desenvolver a doença
antes dos 70 anos. Em 90% dos casos de ELA não se sabe porque ela se
manifestou, nos outros 10% foi percebido um caráter hereditário.
O paciente demora de seis meses a 11 meses pra ter o diagnóstico.
“Quanto antes o paciente for diagnosticado melhor é a qualidade de vida dele,
porque ele vai conseguir fazer uma adaptação melhor aos cuidados de que vai
precisar”, explica.
O especialista ressalta que atualmente o principal tratamento de que o
paciente com ELA dispõe é o cuidado multidisciplinar, com fisioterapeuta,
nutricionistas e assistentes sociais. “Muitas vezes o paciente vai começar a se
comunicar apenas com os olhos, é importante ter uma assistência para que ele
consiga se adaptar a essa nova condição”, concluiu o pesquisador.