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A família do
jovem Davi Hora, que foi assassinado com um tiro na cabeça em junho de 2005,
enquanto voltava de uma festa junina, vai recorrer da decisão que inocentou
Rodolfo Amaral do crime. O júri popular aconteceu na última sexta-feira (30),
em São Miguel dos Campos, e durou cerca de dez horas.
De acordo com Valéria Hora, mãe da vítima, o que aconteceu no tribunal do júri
foi um “circo de horrores” e uma falta de respeito com toda a família. Ela
acredita que a absolvição do acusado foi algo acertado antes mesmo dele sentar
no banco dos réus.
“O que houve foi uma falta de respeito com a família. Todos já sabiam do
resultado final. Eu tenho como provar que uma pessoa fez contato com os jurados
para acertar tudo. Isso sem contar que eles usaram celulares e conversaram
enquanto o julgamento acontecia. Teve muita coisa errada, mas nós vamos
reagir”, afirma.
Valéria conta que não conseguiu retomar a rotina desde o resultado do
julgamento. Ela não dorme e só consegue pensar no fato de Rodolfo Amaral ter
sido inocentado do assassinato.
“Eu fiquei assustada com o que aconteceu e não consigo dormir. O erro foi
acreditar que a justiça poderia acontecer. Quem matou meu filho foi a arma?
Então vamos prender a arma? A absolvição era uma coisa que nem mesmo a defesa
pedia. Era tudo que nós não esperávamos que acontecesse. Estou revoltada, vamos
entrar com recurso e cancelar aquilo ali”, diz a mãe de Davi.
No perfil do Facebook, Valéria mostra toda a indignação com o resultado do
julgamento. “Isso eh um desaforo, desrespeito a todos nós alagoanos,
principalmente, nós familia. O adv dele antes dos jurados votarem, no fim do
seu discurso falou: " eu poderia falar da carta psicografada que recebemos
de Davi...." e " que Davi possa estar com vocês na votação"......
Isso eh possível? Quem esse adv pensa que eh? Ele NAO tem direito de falar em
nome do meu filho!!!!(sic)” .
A absolvição
O julgamento do caso Davi Hora aconteceu na última sexta-feira. Por maioria dos
votos, o Tribunal do Júri absolveu o empresário Rodolfo Amaral do crime de
homicídio contra o estudante. O júri começou no início da manhã e se estendeu
até o início da noite.
De acordo com o promotor do caso, Hermano Brito, os jurados entenderam que a
arma teria disparado acidentalmente. A acusação adiantou que já pediu a
anulação do julgamento, visto que o resultado é 'contrário às provas que
constam nos autos do processo'.
O crime aconteceu em junho de 2005, durante festejos juninos em São Miguel dos
Campos. Advogados de defesa e acusação, Raimundo Palmeira e Welton Roberto,
respectivamente, atuaram no caso que ganhou repercussão à época.