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Há nove anos, a mãe do estudante Davi Hora, Valéria Hora, aguarda, ansiosa, pelo
julgamento do acusado na morte de seu filho, previsto para a próxima sexta-feira
(30), a partir das 9h, no Fórum da cidade de São Miguel dos Campos. O acusado
Rodolfo Amaral, que era colega da vítima, deve ir a júri popular sob a acusação
de homicídio doloso (quando há a intenção de matar).
De acordo com
Valéria, a espera pelo julgamento 'é uma dor paralela ao sentimento da perda de
um filho'. Segundo ela, a expectativa é a de que se encerre sua luta por
justiça, que perdura há quase uma década. “Espero que o réu seja punido
exemplarmente pelo júri. Viver sem meu filho é uma dor constante, que não se
desatualiza e que será eterna. No entanto, o processo que diz respeito ao ato
criminoso que tirou a vida do meu filho precisa ter um fim”,
desabafou.
Segundo o advogado de acusação, Welton Roberto, não há motivos
que justifiquem a demora da justiça em julgar o caso, já que Rodolfo é réu
confesso. “Não existe dúvida de que ele foi o responsável pela morte do Davi.
Além disso, ele foi armado para um show, atirou no Davi por causa de uma
discussão e não prestou socorro. Deixou ele agonizar no local, baleado e sem
ajuda”, recordou o advogado, acrescentando que, na semana que vem, amigos que
estavam com Davi na hora do crime irão depôr.
Relembre o
caso
O crime aconteceu na madrugada de 23 de junho de 2005, quando
Davi Hora, Rodolfo Amaral e outros dois amigos entraram no carro para retornar a
Maceió, após uma festa junina em São Miguel dos Campos.
Vítima e acusado
teriam iniciado uma discussão e, logo em seguida, Rodolfo efetuou o disparo
fatal, atingindo Davi na cabeça. Em sua defesa, o acusado chegou a alegar que
teria efetuado o disparo 'apenas para assustar' o amigo.
Davi Hora já
chegou ao Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, com morte cerebral e a
família esperou mais de 20 horas pela liberação do corpo, haja vista ter
autorizado a doação de todos os órgãos do jovem. Ele foi sepultado no dia 24.