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Economia
15/04/2014 09:23:37

Credores realizam assembleia para definir o futuro da Usina Laginha

Credores realizam assembleia para definir o futuro da Usina Laginha
Usina Lajinha em União está sob intervenção

gazetaweb //

 

Nos próximos 60 dias, os administradores judiciais do Usina Laginha Industrial S/A e empresas associadas - o que inclui todas as outras usinas do Grupo do deputado federal João Lyra (PSD), em Alagoas e Minas Gerais - realizam assembleia geral com todos os credores – bancos e funcionários - para definir o futuro da massa falida. A convocação geral será realizada por diversas mídias e, inclusive, pelo Diário Oficial. A lei assegura que trabalhadores terão prioridade para receber o pagamento das dívidas.

O grupo João Lyra, segundo o Tribunal de Justiça de Alagoas, apresenta dívida na ordem de R$ 1,28 bilhão. De acordo com um dos administradores, Ademar Fiel, para atender o que dispõe o decreto de falência, alguns dos funcionários da Usina Laginha foram demitidos. Permanecendo apenas aqueles que são indispensáveis para tocar o andamento empresarial até a assembleia. Mesmo com os poucos funcionários, Fiel explica que não há previsão para que a Usina volte a moer e, consequentemente, produzir emprego e renda.

Fiel informou ainda que, quando for realizada a assembleia, o futuro da Usina Laginha será definido por todos os credores. “Todo processo legal será respeitado, como determina a lei. É possível que a Usina volte a funcionar? Sim, mas depende do que for acordado no encontro. É importante que todos os credores estejam presentes nas discussões. Ainda não temos uma data para isso acontecer. Acredito que nos próximos 50 dias teremos uma definição concreta sobre isso”, explicou o administrador, que divide as decisões com outros dois colegas, que formam um colegiado.

Com sérios problemas financeiros desde o fim de 2008, o grupo chegou a anunciar em 2009 um plano de recuperação das indústrias – que foram afetadas, principalmente, pela crise em países europeus, já que boa parte da produção de açúcar é exportada. A situação se agravou ainda mais a partir de 2010, quando as enchentes que atingiram 26 municípios alagoanos – entre eles União dos Palmares, onde a Laginha está localizada – destruíram grande parte da indústria, levando inclusive um de seus tanques de armazenamento de álcool.

Para se ter uma ideia do potencial das usinas controladas pelo Grupo João Lyra, as três unidades localizadas no Estado são responsáveis por 10% da produção de cana-de-açúcar em Alagoas. Os outros 90% são distribuídos entre as 19 indústrias açucareiras existentes no Estado.