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Meio Ambiente
17/03/2014 08:52:49

Desmatamento continua sendo o crime ambiental mais praticado em Alagoas

Desmatamento continua sendo o crime ambiental mais praticado em Alagoas
Ilustração

cadaminuto //

gilca cínara

 

Alagoas é O oitavo estado com maior índice de desmatamento de Mata Atlântica do país, de acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo o Instituto do Meio Ambiente (IMA), o desmatamento está entre os crimes ambientais mais praticados em todo o território alagoano em 2013. Órgãos ambientais caminham juntos no combate a extração irregular de madeira, mas atuação do homem ainda é significativa. 

 

No Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), as denúncias chegam por telefone, e até mesmo a internet tem auxiliado nas buscas pela mata. Através de email, os denunciantes auxiliam os policiais militares a localizarem os infratores. O coronel José Oliveira, comandante do Batalhão, afirma que em todo o estado, a maior incidência das ocorrências atendidas é referente ao desmatamento seletivo, o qual os lenhadores cortam árvores em áreas especificas para não despertar a atenção dos órgãos fiscalizadores abrindo clareiras na mata.

 

Assim como em outros estados, a maior fiscalização é feita por mapeamento área e por satélite devido à dimensão das áreas de mata. Em entrevista ao CadaMinuto Press, o oficial relatou que as guarnições chegam aos locais onde existe extração irregular de madeiras graças às denúncias anônimas. Segundo Oliveira, com a prática feita pelos cortadores é sempre muito difícil chegar ao local e conseguir flagrar os infratores no ato do delito.

 

Quando são flagrados, os próprios cortadores assumem a culpa, mas negam prestar informações para quem trabalham ou foram contratados. As investigações do Serviço de Inteligência da Polícia Militar, a conhecida P2, apontam que essas pessoas são de origem humilde e que entram na mata, em locais de difícil acesso, para cotar troncos e vender no mercado ilegal.

 

O destino dessas madeiras, muitas vezes, são comércios legalizados de pequeno porte, localizados no interior do estado.  Por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo, a reincidência desses infratores é constante.

 

De acordo com Oliveira, mesmo tendo a prisão de alguns acusados nunca o receptador não é delatado. “As pessoas quando são flagradas assumem o que estavam fazendo o corte de árvores, mas nunca dizem para quem está trabalhando, nem para qual local a madeira seria levada. Para chegar até essas pessoas que comprar a madeira irregular é necessário um trabalho de investigação muito forte e extenso. O dono da terra onde é constado o desmatamento sempre é notificado”, afirmou.

 

As fiscalizações são realizadas em áreas de preservação ambiental na capital e no interior.  Somente na fiscalização contra os crimes ambientais, o Batalhão de Polícia Ambiental confeccionou 154 Termos Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e realizou 966 Comunicações de Ocorrências Policiais (COP), que é enviado para o Ministério Público Estadual (MPE/AL) para pedir a abertura de ação de investigação. Além do crime de desmatamento, extração de mineral, a comercialização e abate de animais silvestres e pesca irregular também são combatidos.