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Religião
05/03/2014 12:03:20

Igreja Católica lança Campanha da Fraternidade nesta quarta-feira

Igreja Católica lança Campanha da Fraternidade nesta quarta-feira
Ilustração

gazetaweb //

jobison barros

 

Lançada nesta quarta-feira (5), a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Tráfico humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. O arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, em entrevista nesta manhã, ao Bom Dia Alagoas, comentou sobre a importância do momento para a Igreja Católica, tendo em vista o início da Quaresma, tempo de conversão através do jejum, caridade e oração.

Para o arcebispo, o tema contempla três problemáticas vivenciadas pela sociedade, dentre elas, a entressafra, por meio da qual os trabalhadores eram convidados a seguir para uma usina, em tempos de produção; porém, ao chegarem aos locais, encontravam outra realidade, ou seja, escravidão em meio à cana.

Outro problema evidenciado na campanha refere-se às mulheres, recentes vítimas dos tráficos nacional e internacional, destinadas à prostituição. Também são levadas ao exterior com a promessa de uma carreira promissora, mas são enganadas e não retornam aos seus países de origem, desestruturando totalmente o seio familiar. E o tráfico de crianças é o último ponto elencado por Dom Antônio. Menores – sexo masculino e feminino – são sequestrados e seus órgãos, retirados por redes criminosas.

“É preciso a sociedade acordar para o tema, provocar os meios de comunicação, e o Estado desenvolver uma política pública séria e coerente. O Ministério Público Estadual (MPE) e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário já estão cientes do grave problema. A CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] assumiu esse desafio”, declarou o arcebispo, criticando a extensa legislação brasileira, que “não surte os efeitos desejados”. “A escravidão tem vários nomes, formas e fascínios. Devemos focar na vulnerabilidade social”, reforçou.

Quaresma

A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa, ressurreição de Cristo. É tempo para nos arrepender de nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos do Salvador.

A Quaresma dura 40 dias. Começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no dia 17 de abril, na Quinta-Feira Santa à tarde. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto, antes de começar sua vida pública e dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.

Na Quarta-Feira de Cinzas, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na missa. O sentido deste gesto é de lembrar que, um dia, a vida termina neste mundo - "voltamos ao pó" que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: "És pó, e ao pó tu hás de tornar". (Gênesis 2, 19).

Este sacramento da Igreja lembra-nos de que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte. Portanto, devemos viver em função disso. As cinzas, humildemente, lembram que, após a morte, prestaremos contas de todos os nossos atos e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens.