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O juiz titular da 4ª Vara da Comarca de Palmeira dos Índios, Ferdinando Scremin
Neto, enviou um ofício (nº 69-63/2013), nesta segunda-feira (25), ao delegado
regional do município determinando o não-recebimento de presos provisórios nas
instalações da 5ª Delegacia Regional de Polícia.
O problema carcerário
da cidade, existente desde 2010, recrudesceu recentemente, após denúncia de
sindicatos policiais dando conta da existência de presos provisórios
acorrentados em motocicletas, grades e similares. Por isso, foi determinado ao
chefe da unidade prisional que não recebesse mais detentos.
“Determino,
sob pena de responsabilidade, que não mantenha nenhum preso nas condições
supramencionadas, devendo os porventura existentes nessas situações serem
entregues à Secretaria de Estado da Defesa Social, mediante recibo, aos cuidados
do Excelentíssimo senhor secretário da pasta, a quem incumbirá informar aos
juízos de origem os locais de custódia”, informa o termo.
Segundo o
juiz, as medidas cabíveis ao Poder Judiciário já foram tomaras, tanto em sede
judicial como administrativa, porém, há inércia do estado em garantir a
efetividade da decisão. “O Poder Judiciário não está inerte perante a situação.
Já existe uma decisão, de um ano atrás, transitada em julgado, que obriga o
Estado a reformar a delegacia do município, porém não é cumprida”, comentou
Ferdinando Scremin.
Relembre a
denuncia
O Sindicato dos Policiais de Alagoas (Sindpol) denunciou,
no dia 12 de janeiro a falta de condições e a violação a direitos humanos na
Delegacia Regional de Palmeira dos Índios. A entidade fotografou presos
amarrados em grades e até motocicletas apreendidas. Na oportunidade direção da
Polícia Civil informou que detentos seriam transferidos.
A denúncia foi
feita depois de uma inspeção feita pelos diretores do Sindpol na sede da
delegacia. Sem mais espaço na carceragem, os presos estão sendo algemados no
corredor em grades e motos.
Segundo o sindicato, a regional de Palmeira
dos Índios não tem mais nenhuma condição para a manutenção de presos, que chegam
de outras das cidades de Quebrangulo, Tanque D'água, Palmeira dos Índios e Coité
de Noia.
Durante a inspeção, a direção da entidade diz ainda ter
encontrado lixo e condições insalubres para os policiais, além da fiação
elétrica exposta, o que provoca risco de incêndio.
A entidade sindical
denunciou o fato ao juiz da cidade Ferdinand Scremin Neto e ao promotor de
Justiça Marcos Aurélio Gomes Mousinho.
Segundo a assessoria da Polícia
Civil, o delegado-geral Paulo Cerqueira já conseguiu autorização da Justiça para
transferir os presos da Delegacia Regional de Palmeira dos Índios para o sistema
prisional.