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G1
A universalização de tratamentos antirretrovirais em uma zona rural da África do
Sul gerou um forte aumento da expectativa de vida em adultos infectados pelo
vírus da Aids, revelou um estudo publicado na edição desta sexta-feira (21) da
prestigiada revista "Science".
Uma campanha realizada em uma comunidade
rural da província de KwaZulu-Natal, onde a taxa de infecção em adultos alcança
29%, gerou um aumento da expectativa de vida de 11,3 anos em um período de oito
anos quando este programa foi realizado. Em 2003, a expectativa era de 49,2
anos; em 2011, já era de 60,5 anos. A população da área estudada é de pouco mais
de 100 mil habitantes.
Os pesquisadores destacaram que as vantagens
destes tratamentos superaram amplamente seus custos.
"Este se trata de um
dos aumentos de expectativa de vida mais rápidos já observados na história da
saúde pública", avaliou Till Bärnighausen, professor de Saúde Pública da
Universidade de Harvard e diretor do estudo.
"A universalização de
tratamentos antirretrovirais realizados pelo setor público inverteu amplamente o
declínio da expectativa de vida, que resultava das infecções pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) nos anos 1990 e no começo de 2000 nesta
província", informou Jacob Bor, pesquisador da faculdade de saúde pública da
Universidade de Harvard e principal autor deste trabalho.
Estudos
anteriores já haviam mostrado uma melhora importante na saúde graças a estes
tratamentos em testes clínicos. Mas estes são os primeiros trabalhos a medir
diretamente o impacto na expectativa de vida de toda uma população.
A
África do Sul, o país com maior número de portadores do HIV no mundo, tem também
o maior programa de antirretrovirais, com cerca de 1,7 milhão de beneficiários
de um total de 5,6 milhões de soropositivos.