Uma estiagem histórica de quase cinco meses começa a despertar preocupação nas autoridades da região da Mata Alagoana que estimam se dentro dos próximos 30 dias não chover, alguns municípios podem decretar estado de emergência em função da seca prolongada e por conseqüência dos transtornos que a falta d’água causa as comunidades urbanas e rurais.
Pouco mais de dois anos Saindo de um período critico em que a parta baixa da cidade foi devastada pela cheia registrada em junho de 2010, as autoridades e a comunidade de União dos Palmares vêem com bastante preocupação os principais riachos que deságuam no Rio Mundaú (que fornece água para a cidade) secos ou prestes a secar em função tanto da falta de chuva como do desmatamento promovido pelo homem.
A reportagem deste noticioso realizou no ultimo final de semana visitas a diversos postos e constatou de inicio sinais de desertificação no Riacho ‘Sueca’ que é o principal afluente do Mundaú (próximo a estação que capta água para o SAAE distribuir nas residências) no local, o cenário é de desertificação desde a sempre verdejante ‘Serra da Laje’ até a margem do conhecido rio. O gado começa a passar fome, e por conseqüência, emagrecer.
Outro riacho, o ‘Seco’ que atravessa a região da Pindoba está com o leito praticamente sem água, podendo ser constatado a falta do precioso liquido na ponte que dá acesso ao distrito de Rocha Cavalcante, a 12 quilômetros do centro de União dos Palmares.
Na Fazenda Guanabara onde os Rios ‘Canhoto’ (que nasce em Canhotinho - Pernambuco) e o Mundaú (que tem a nascente em Garanhuns também em Pernambuco), se encontram a preocupação maior: na altura de um local denominado ‘Ponte Preta’, os rios estão secando rapidamente, contando com a parceria de uma usina da região que instalou na margem do Rio Mundaú na altura do povoado ‘Santo Antonio da Lavagem’ uma hiper bomba para tocar a água e irrigar seus canaviais, esquecendo que podem causar danos a uma população superior a 60 mil habitantes.
O Rio Mundaú, ressentido da água sempre abundante dos seus afluentes deixa transparecer o motivo da preocupação: em seu leito, pode-se notar a pouquíssima água desde o sempre verde ‘Mangue Seco’ (tipo de uma ilha que nos finais de semana no verão atrai dezenas de pessoas para tomar banho e até para piqueniques) nas proximidades do Bairro Taquari, na periferia da cidade.
Na ponte Abdon Cupertino no acesso a cidade e que interliga as antigas ruas do Jatobá e Demócrito Gracindo que dá acesso a cidade de Santana do Mundaú através da AL-205, as fotos dizem mais que palavras do que resta do rio o qual quando não está submetido a uma estiagem como agora (idêntica a de 1958, dizem os mais antigos), sofre com a poluição, bombas para pesca e despejo de esgotos sanitários.
Um funcionário do SAAE sob a condição do anonimato disse que existem duas alternativas para que não ocorra a falta ou o racionamento da água em União dos Palmares: a primeira independe do homem e no fato da natureza proporcionar o retorno do período de chuvas que sempre são registradas na região entre o outono e o inverno e o segundo, em tom de apelo, diz: ‘por favor, vejam a realidade dessas fotos e economizem água, porque se não souber usar com toda certeza, vai faltar’ disse o servidor público.
antonioaragão //