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alana berto
O número de casos de coqueluche tem aumentado no Brasil. Em Alagoas foram confirmados cinco casos em janeiro contra apenas dois em todo o ano passado, e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) investiga se há ocorrência de surto.
De acordo com o técnico responsável pela imunização da coqueluche em Alagoas, Weslley Clemente, com a imunização muitos profissionais acham que a coqueluche está erradicada, mas não é bem assim. “A vacina cria uma imunidade duradoura, mas não permanente”.
Ele explicou que com dois, quatro e seis meses de vida, a criança toma a vacina Pentavalente que serve também para imunizar contra a doença. De 12 a 15 meses, a criança toma a DTP, que imuniza contra difteria, tétano e coqueluche. “De quatro a seis anos de idade a criança toma o segundo reforço da DTP”, acrescentou Weslley.
Por conta do aumento no número de casos, o Ministério da Saúde vai aplicar vacinas em grávidas, já que o bebê só pode receber a dose no segundo mês de vida. “A mãe pode passar a doença para o recém-nascido”, afirmou.
Os quatro casos confirmados em Maceió em 2013 ocorreram com crianças com menos de seis meses, que provavelmente adquiriram no período gestacional. “Por ano, no mundo, morrem cerca de 300 mil crianças com menos de um ano de coqueluche”, frisou.
Em 2009, a Sesau registrou quatro casos da doença confirmados por meio de laboratório. Em 2010, teve a confirmação laboratorial de um caso. Em 2011, não teve casos confirmados por laboratórios, mas um foi confirmado clinicamente. Já em 2012 ocorreram dois casos confirmados laboratorialmente.
Em 2013 já foram quatro casos confirmados em Maceió e um caso em União dos Palmares. Segundo Weslley, até o dia 16 de fevereiro ocorreram 26 casos suspeitos no Estado. “Eu não identifico como surto, pois esses casos ocorreram em regiões diferentes”. Para considerar surto, é preciso fazer uma investigação e a Sesau já está iniciando o trabalho.
Os sintomas da coqueluche, que é causada por uma bactéria, são tosse seca por mais de duas semanas, seguida de vômito, cianose, falta de ar. A doença não apresenta quadro de febre e é tratada por meio de antibiótico. “A coqueluche é mais perigosa para as crianças menores de um ano”, afirmou.