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Denúncias feitas por policiais militares e chegadas ao Correio de Alagoas afirmam que o Decreto 4.180/2009, do Governo do Estado, que enfatiza a questão do fornecimento de alimentos aos servidores públicos, em escala extra, não está sendo cumprido. Eles alegam não receber quaisquer tipos de alimentação, mesmo que tenha sido garantida, quando cumprem escala noturna. O comandante da Polícia Militar, coronel Dimas Barros Cavalcante, conversou sobre o assunto, reconheceu que o problema não foi sanado e que há a brecha, porém, garantiu que já estão sendo estudadas várias formas de suprir a necessidade para garantir os direitos da tropa.
Em 2011, afirma o comandante Dimas, foi feito um estudo para ser decidida a melhor forma para cumprir o Decreto. “O decreto garante uma refeição para quem está de serviço doze horas. A tentativa de cumpri-lo não deu certo ainda. O policial que saía de manhã, por exemplo, tinha o café preparado, mas preferia sair correndo para casa depois do serviço. Pensamos em vale-refeição, também em verificar as escalas dos militares e depositar uma quantia na conta para que pudessem fazer a refeição, mas teríamos outro problema, eles poderiam usar o dinheiro para outros fins”.
A polícia, ainda de acordo com o coronel, teria pensado em terceirizar o fornecimento da alimentação, mas cita que a opção não deu certo no Corpo de Bombeiros.
“O Corpo de Bombeiros terceirizou a quentinha e mesmo assim não deu certo, e lá a tropa é praticamente aquartelada, ao contrário da nossa que é mais na rua. Para suprir as necessidades da corporação, a empresa que já era terceirizada teve de terceirizar outra e complicou”, ressalta o comandante.
Na PM a questão do fornecimento da alimentação funciona da seguinte forma: os policiais que entram de serviço às 7h e saem às 19h têm o almoço garantido. Já os que iniciam as atividades a partir das 19h e concluem no outro dia às 7h, não recebem, por enquanto, nada.
“É muito complexo. Se formos fornecer a comida durante o horário da escala, no batalhão, o policial tem de sair da área de atuação e ir à base se alimentar. Temos de ver uma forma de fazerem a refeição no local onde estiverem. Também, podemos lembrar que nalgumas vezes em que a alimentação estava sendo garantida, os policiais ignoravam e era tudo jogado fora. Sabemos que a solução tem de ser encontrada e já sentamos várias vezes para ver como resolver. Mas, na verdade, não foi nada definido ainda”, conclui coronel Dimas.
Os policiais alegam que a falta de fornecimento da alimentação resulta nas chamadas ‘furadas’ como conceituam as doações de lanches por alguns donos de restaurantes, pizzarias ou passaportes. "O que não dá é para a gente ficar comprando comida todas as vezes. Porque ninguém aguenta trabalhar uma noite toda, que é mais cansativo, sem comer", afirma um militar de um batalhão da capital.