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severino carvalho
A estrada de barro, esburacada e empoeirada, leva a aglomerados de barracos de taipa e lona onde vivem milhares de pessoas em condições precárias na zona rural de Joaquim Gomes, a 70 km de Maceió. A terra é verde, entretanto, no sopé dos montes o que viceja mesmo é a violência. Não a violência praticada pela disputa agrária, o que incomoda o campo mesmo é o tráfico de drogas, o assalto à mão armada, o homicídio, o furto. Nesse cenário estão estabelecidos cinco assentamentos do complexo Agrisa/Peixe convertidos em terra sem-lei. O projeto de reforma agrária não floresceu, apesar do discurso oficial de que serviria de modelo produtivo.
Para os movimentos sociais, a violência que campeia é resultado da ausência de políticas públicas e agrárias efetivas que estabeleçam o homem no campo, ofertando-lhe dignidade. O Programa Brasil Mais Seguro, na visão das lideranças, expulsa os bandidos dos grandes centros, empurrando-os ao interior do Estado, desprovido das forças policiais. No remanso da zona rural, eles encontram refúgio e voltam a atuar na criminalidade.
“O povo vive em total vulnerabilidade econômica e social. O que o poder público fez foi muito pouco. Faltam estradas, casas, postos de saúde, saneamento e segurança pública, principalmente”, afirmou o coordenador estadual do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Josival Oliveira.