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G1
As fiscalizações da Lei Seca estão mais rigorosas em São Paulo. Além do bafômetro, pela primeira vez, policiais usaram um aparelho capaz de constatar se o motorista está dirigindo sob o efeito de drogas.
No caminho do Carnaval, uma parada obrigatória. “ Eu acho ótimo, porque é mais segurança para a gente que não bebe”, diz uma motorista parada na blitz.
O tamanho das operações aumentou. Além da Polícia Militar, peritos criminais e até delegados acompanham as fiscalizações. Quatorze motoristas foram reprovados pelo bafômetro.
Um jovem passou no teste do álcool, mas o comportamento dele chamou a atenção dos policiais. Outro exame feito no local constatou que ele estava sob efeito de maconha.
“Ele vai perder sua carteira, ele vai ter que pagar uma multa grande de R$ 1900, além de ter que responder aí por estar utilizando uma droga pra dirigir, uma droga que ele assume que utiliza normalmente”, afirma o diretor presidente do Detran de São Paulo, Alexandre Annenberg.
O kit usado para o teste foi importado da Inglaterra só para esta operação. É um aparelho leve e bem fácil de usar. Ele vem com uma haste descartável com uma espuma na ponta, que vai ser usada para coletar a saliva do motorista.
É preciso colocar a espuma debaixo da língua. Em dez minutos, o aparelho dá o resultado. “Se a droga está na saliva, significa que ela está na circulação. Então significa que a pessoa está sob efeito da substância naquele momento”, diz o perito criminal José Luiz Costa.
O equipamento consegue identificar seis tipos de substâncias, entre elas maconha, cocaína e crack.
“É um instrumento a mais que será usado excepcionalmente no caso do bafômetro dar um teste negativo para álcool, mas a pessoa mostrar-se visivelmente alterada”, ressalta Celso Perioli, superintendente da Polícia Técnico-Científica do estado de São Paulo.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil, o uso desse equipamento esbarra mais uma vez no fato de que o motorista não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
“Seria ótimo se todos fizessem. Como eu não sou obrigado a fazer, eu acho que novamente nós vamos estar incorrendo no mesmo erro do bafômetro”, diz Maurício Januzzi, da Comissão de Trânsito da OAB.
Apesar do motorista não ser obrigado a fazer o teste, a nova Lei Seca prevê outras formas de constatar a alteração do motorista, como imagens, exames clínicos e até o depoimento de policiais.
“Você sabe que a lei está em cima de você e fica mais responsável”, diz um motorista.