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O desejo de fumar pode ser neutralizado através da aplicação de estímulos magnéticos em determinadas zonas do cérebro, segundo os resultados de um estudo de cientistas japoneses e canadenses publicado nesta semana pela revista da Academia Americana de Ciências, a PNAS.
Os cientistas conseguiram, através das tecnologias de imagem de ressonância magnética funcional (IRMf) e estímulo magnético transcraniano (SMT), determinar as regiões do córtex frontal onde a dependência se forma. Também determinaram que o desejo de fumar se formaria a partir de uma comunicação anormal de zonas de lóbulos frontais envolvidas nos processos de decisão.
Nosso estudo demonstra que a necessidade de fumar não depende apenas do fato de os fumantes estarem ficando sem nicotina, disse Takuya Hayashi, do Centro RIKEN do Japão para a Ciência de Imagem Molecular. Um circuito neural que participa na tomada de decisões e no autocontrole também influencia, acrescentou Hayashi.
O estudo IRMF e SMT de dez fumantes demonstrou que quando eles eram submetidos a imagens de pessoas fumando surgia um estado de dependência. Isto concorda com a opinião de que a toxicomania seja uma patologia da tomada de decisões, disse, por sua vez, o médico canadense Alain Dagher, de Montreal.
Estas pesquisas podem conduzir ao desenvolvimento de tratamentos para o tabagismo e outros vícios que levem em conta as redes de neurônios, disse Hayashi.
Fumo apodrece o cérebro
Recentemente, uma pesquisa britânica feita com quase 9 mil pessoas com mais de 50 anos mostrou que o cigarro apodrece o cérebro ao danificar a memória, o aprendizado e o raciocínio lógico.
O estudo foi realizado pela universidade Kings College London, na Inglaterra. Cientistas envolvidos na pesquisa afirmam que as pessoas precisam perceber que o seu estilo de vida afeta tanto a mente quanto o corpo.
Os voluntários da pesquisa -- todos com mais de 50 anos -- participaram de testes de memorização de novas palavras. Eles também eram instigados a dizer o maior número de nomes de animais em um minuto.
Os resultados mostraram que o risco de ataque cardíaco e derrame estão associados de forma significativa com o declínio cognitivo. As pessoas com maior risco foram as que mostraram maior declínio. Também foi identificada uma associação consistente entre fumo e baixos resultados no teste.