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Polícia
08/01/2013 02:13:55

Operação CID-F II: acusado de fraudar INSS se apresenta à PF

Operação CID-F II: acusado de fraudar INSS se apresenta à PF
Acusado se entregou hoje na PF

gazetaweb //

janaina ribeiro

 

Depois de duas semanas de negociação com a Polícia Federal de Alagoas, Florisvaldo Luiz da Silva, apontado nas investigações que desencadearam na operação CID-F II como sendo o aliciador de ‘clientes’ para fraude no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), apresentou-se à Delegacia de Repressão aos Crimes Previdenciários (Deleprev), em Maceió, na tarde desta segunda-feira (07).

Florisvaldo Luiz da Silva estava sendo considerado foragido da Justiça desde o último dia 14 de dezembro, quando foram decretadas as prisões dele e de outras quatro pessoas, todas acusadas da prática dos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, inserção de dados fraudulentos em sistema informatizado e estelionato qualificado. Somadas as penas de todos esses ilícitos, os acusados podem ser condenados a até 30 anos de cadeia.

O advogado do investigado não quis dar detalhes da participação de seu cliente no esquema que, por mais de dois anos, teria causado um prejuízo de mais de R$ 13 milhões ao INSS. “Essa é uma investigação que corre sob segredo de Justiça. Então, não posso revelar minúcias do inquérito. O que posso garantir é que o Florisvaldo prestou os devidos esclarecimentos, respondeu tudo o que o delegado questionou, assumiu a responsabilidade daquilo que lhe envolvia e que será julgado, no futuro, de acordo com o que diz a lei”, afirmou Jorge Lima.

Pedido de liberdade provisória

Florisvaldo Luiz da Silva vai permanecer preso na sede da Superintendência da Polícia Federal, no bairro de Jaraguá, até decisão posterior que poderá remetê-lo ao sistema penitenciário. Até lá, a defesa do acusado informou que tentará, na Justiça, a revogação de sua prisão. “Vamos ingressar com um pedido de liberdade provisória. Meu cliente tem bons antecedentes, é réu primário, tem residência fixa, dentre outros critérios que permitem a concessão do benefício. Então, não vejo dificulade para conseguir a sua soltura”, disse o advogado.

Jorge Lima também informou que o acusado está com a saúde debilitada, o que também pode ser levado em consideração na hora da decisão judicial pela liberdade do indiciado. “Ele é diabético e toma duas insulinas por dia. Também sofre com problema de coração e tem constantes crises de arritmia. Uma pessoa com a saúde tão frágil não pode ficar longe de cuidados médicos”, argumentou.

A operação CID-F II

Na semana passada, a Polícia federal concluiu o inquérito da operação desencadeada em dezembro último e que desbaratou uma quadrilha acusada de fraudar os cofres da Previdência Social em mais de R$ 13 milhões.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Alexandre Mendonça, 25 pessoas foram indiciadas pelos crimes de estelionato qualificado, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, e inserção de dado falso em sistema do governo federal.

Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Alexandre Mendonça, 25 pessoas foram indiciadas pelos crimes de estelionato qualificado, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, e inserção de dado falso em sistema do governo federal. Desse total, 20 são beneficiários do INSS. Os demais são acusados de comandar a suposta organização criminosa.

De acordo com Alexandre Mendonça, um homem identificado como Cícero Francisco Barros, mais conhecido como ‘Cícero Contador’, ainda permanece foragido e é considerado o chefe da quadrilha. Florisvaldo seria uma espécie de ‘braço direito’ de Cícero e, por cada fraude concedida pela Previdência, ele chegava a receber entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. O valor dependia da benefício pleiteado. A PF informou que, o acusado, para garantir que receberia uma parte do dinheiro conquistado através da fraude, ficava com a documentação dos clientes até que o pagamento integral fosse quitado.