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Maceió
01/01/2013 03:37:42

Show de luzes e cores marca chegada de 2013

Show de luzes e cores marca chegada de 2013
Show pirotécnico emocionou publico presente na orla

gazetaweb //

wanessa oliveira

 

A tradicional queima de fogos de artifício, com show de luzes e cores na orla marítima, marcou a chegada de 2013 em Maceió. Mais uma vez, a população lotou as praias da Ponta Verde e Jatiúca e vibrou com o show pirotécnico, que durou cerca de dez minutos.

A festa de celebração do ano novo, que se estendeu por outros bairros da capital, também contou com shows musicais e simpatias; predominância do branco estampado nas roupas e nas decorações. Para a satisfação de quem organizou e para a felicidade de quem foi até a orla para curtir o réveillon, todos os itens tradicionais estiveram presentes. E não foi necessário fazer previsão ou ter qualquer ‘poder especial’ para sentir a presença do sempre velho, sempre novo e sempre indispensável artigo de virada: a expectativa.

Sim. A expectativa esteve presente, por exemplo, em quem precisou de saúde em 2012 e espera recuperá-la em 2013. Em quem procura novos encontros, em quem pretende viajar ou realizar algum sonho: que ele venha do céu, ou que tenha sido previamente planejado, com suor, trabalho e concentração, nos anos anteriores. É que 2013, para muita gente, é o ano de colher o que foi semeado.

Para o médico Daniel Bezerra, por exemplo, foi o ano da mudança. “Me formei e, então, muita coisa mudou”, comenta. Ano passado, ainda enquanto estudante, Bezerra ‘virava o ano’ de plantão. Já para seu irmão, Elias Bonifácio, nem houve tantas mudanças assim. “2013 vai ser o ano em que vou fazer revolução”, brincou.

Direto de Balneário do Camboriú, a gerente administrativa Tânia dos Santos voltou às terras maceioenses depois de dez anos. “Passei o reveillon aqui e não esqueci. As praias são lindas e também me encanta a gentileza das pessoas”,comenta. Acreditando que 2013 seja o ano da família, a catarinense decidiu trazer os filhos para a festa. “Depois desse tempo, decidi voltar para Maceió”.

De Mato Grosso, Lise Oliveira e sua mãe, Francisca, optaram pela capital alagoana pelo ‘útil e agradável’, como definem: “Soubemos que, aqui, o revéillon é bem movimentado e, além disso, minha mãe tem uma amiga que mora aqui. Então decidimos vir”, explicou Lise. Ao chegar, a jovem se disse satisfeita com o que encontrou. “Realmente a música é boa e tem muita gente, muita festa”.

Os momentos de reflexão que só são interrompidos, se assim pode ser dito, pela contagem regressiva que se segue ao som e iluminação dos fogos. Em Maceió, foram cinco os pontos programados para os explosivos: na orla da Jatiúca e da Pajuçara, no mirante do Jacintinho, no Trapichão, e no complexo Benedito Bentes.

Críticas

Para os irmãos Elias Bonifácio e Daniel Bezerra, a pirotecnia até foi melhor do que o show exibido no ano passado. Entretanto, para os médicos, o que a Prefeitura de Maceió chama de ‘Capital do revéillon’ ainda tem muito o que melhorar. “Maceió não é a capital do revéillon para as classes populares, para o povo em si. É feita para quem tem dinheiro”, criticou Elias.

“É tudo bastante elitizado. Há três opções de festas particulares, mas todas são caríssimas. Já essa festa pública, embora tenham bandas alagoanas, nenhuma delas representa, de fato, a cultura popular genuinamente. Alagoas é o estado com o maior número de folguedos e, ainda assim, não vemos nada disso por aqui”, completa.

Ainda sob uma perspectiva mais politizada, a dupla abriu mão de um balanço pessoal sobre a vida para apresentar novas esperanças do ano que agora se inicia. “Espero que haja mais segurança, mais investimento para que haja melhor perspectiva de vida na juventude”, completou Daniel.

Para a turista catarinense, também falta infraestrutura para que Maceió seja ainda mais receptiva ao turista. “Procurei um lugar para jogar a garrafa de água e não encontrei nenhum. Quer dizer, não há lixeiras. As praias são lindas, a natureza é totalmente generosa, mas a prefeitura deixa muito a desejar na estrutura para manter isso tudo”, alfinetou.

Entretanto, nem o espetáculo pirotécnico, nem a constatação dos problemas enfrentados pela cidade conseguiram camuflar por completo, por exemplo, os estampidos das garrafas de uísque ou espumantes, que anunciaram o momento de celebração. Começava, por fim, hora de abraços, recomeços, votos e simpatias.

Mesmo garantindo não acreditar muito nas tais ‘mandingas de fim de ano’, a corretora Maria José decidiu começar 2013 com o vestido amarelo. “É ouro, dinheiro, vida. Esse negócio de branco não é comigo”, disse, com grande sorriso no rosto e uma taça de vinho às mãos. “Estou aqui com meus filhos. Quero pedir muita paz, e que papai noel traga um amor. Este ano ele não cumpriu a promessa, mas quem sabe no próximo”, brincou.

Trabalho e bom humor

Com voz alta e bom humor, o vendedor ambulante Jailson Lima entregava um brinquedo brilhante a uma criança de quatro anos, enquanto contava à reportagem do Gazetaweb que, em sua casa, localizada no município de Campo Alegre, a filha de sete, Alice, o aguardava. “Mas só vou chegar depois de amanhã, porque preciso ir para outro evento amanhã. É minha garantia de faturamento”, comenta. Há dez anos, Jailson não vê o ano passar com a família. “Só curto depois. Quando o pessoal volta a trabalhar, eu começo a comemorar”.

Também de bom humor estava o capitão Navarro, da Polícia Militar. A razão foi explicada logo no início. “O movimento está bastante tranquilo. Não houve briga nem de palito de dente”, garantiu, ainda que no início da festa. Para o militar, que comandava a área do Alagoinhas, a razão da calmaria se deve à distribuição dos pontos de festa. “Diminuiu a concentração toda da orla e, com menor fluxo, tambem diminui o número de ocorrências”, declarou.

E como em quase todas as celebrações de virada do ano na praia, este ano o show musical não pôde deixar de acontecer. No Alagoinhas, onde a estimativa de público era de 40 mil pessoas, o cantor Wado trouxe a Música Popular Brasileira. Os grupos A Moda e Cannibal também foram contratados para fazer a festa gratuita na praia. No Benedito Bentes, a festa fica por conta da banda Badalada, Forró dos Plays e Os cafonas. Já no Jacintinho, Bakanas do Brega, N Jeitos e Mano Walter, além das alagoanas Nosso Samba e Sabaki.