Movimentos Agrários denunciam milícia armada no interior

primeiraedição //

marcos filipe sousa

Trabalhadores rurais de diversos assentamentos do estado se dirigiram durante a tarde desta terça-feira (18) para o Palácio República dos Palmares em Maceió para uma audiência com o Governador Teotonio Vilela Filho. O grupo cobra providências em relação ao despejo na semana passada de 76 famílias em Atalaia após ordem judicial.

Com bandeiras e faixas, os assentados exigiam uma atuação mais séria do Governo com as questões relacionadas ao setor agrário. “Para comprar as terras necessárias para as famílias de trabalhadores sem terra seriam necessários R$ 12 milhões. O Estado isenta os usineiros mensalmente em R$ 7 milhões. Dois meses de impostos já somariam o valor necessário para a compra das terras”, explicou a Coordenadora do Movimento Sem Terra, Débora Nunes.

Ela disse que a situação sofrida em Atalaia é a mesma no resto do estado. “Vários processos de despejos estão sendo tramitados no Judiciário”. Segundo a coordenadora, as famílias despejadas na semana passada foram abrigadas em um assentamento vizinho.

Juntamente com outros trabalhadores, ela denunciou a situação vivida no município. “Nos últimos 15 anos, três camponeses foram assassinados e nenhuma providência foi tomada” e completou “A cidade vive em tensão. É comprovada a existência de milícia armada para ameaçar as famílias assentadas”.

Uma carta formulada com apoio de diversos movimentos sociais do estado foi protocolada e entregue ao Governador que na próxima sexta-feira (21) terá uma audiência com os trabalhadores