Um incêndio que durou quase cinco dias (desde a semana passada) devastou uma área imensa área da mata virgem da ‘Serra dos Frios’ localizada na zona rural de União dos Palmares, e que dizimou arvores centenárias das mais diversificadas especiais da flora nativa da Mata Atlântica (ypê roxo que é abundante na serra) além de matar impiedosamente animais da fauna como cobras, saguins, pássaros os mais variados, e provocando dano ao meio ambiente, pois segundo moradores, a falta das arvores está proporcionando escassez de chuvas e secando os mananciais d’água, principalmente as nascentes dos Riachos ‘Canabrava’ e ‘Macacos’ que margeiam a cidade.
O fato registrado nas duas ultimas semanas não é isolado tampouco foi acidental, pois as evidencias do crime ambiental estão visíveis e de fácil compreensão até para os leigos, já que existe uma divisão entre o fogo e uma plantação de capim, e mais adiante, uma casa localizada no meio de onde o fogo devastou, mas que não foi atingida pelas chamas, o que leva a fácil compreensão de se tratar de incêndios criminosos deixando também transparecer o interesse de alguns fazendeiros cujas propriedades margeiam a mata (que em um passado bem recente ostentava mais de 200 hectares intocáveis) em destruir a flora e plantar capim, cana ou banana, exemplo seguido pelos grileiros que abrem clareiras fora do alcance da visão da comunidade no meio da vegetação para fazer seus ‘roçados’.
O intrigante da questão é que quase semanalmente é vista estacionada em um hotel no centro da da cidade uma frota de carros do IBAMA com placas de Pernambuco, Brasília e Bahia, cujas presenças leva o povo a pensar que se trata de uma fiscalização rigorosa e coercitiva, quando na realidade a única ação que se tem conhecimento na região dos órgãos encarregados de preservar a natureza é a apreensão de pássaros silvestres, como se estivessem orientados a ‘fazer vista grossa’ para o assunto que deixa os ambientalistas preocupados e o povo e já sofrendo as consequências danosas das ações criminosas.
Outro aspecto importante é que no lado oposto da serra já no município de Branquinha (escondido de quem transita pela BR-104) é que a devastação do resquício da Mata Atlântica é fato consumado, pois no lugar das arvores existem imensas plantações de capim.
A destruição não é punida porque é praticada por fazendeiros abastados (alguns afiliados de políticos poderosos) que buscam no que resta da natureza acrescentar divisas para seus patrimônios, esquecendo que suas atitudes atuais deixam uma herança maldita para as próximas gerações, graças a inoperância e consentimento dos órgãos ambientais a exemplo do IBAMA e do IMA que não têm cumprido suas funções institucionais nesta região do estado.
antonio aragão //