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Trabalho
25/11/2012 09:34:05

Mais de mil vagas temporárias até o Natal em Maceió

Mais de mil vagas temporárias até o Natal em Maceió
Ilustração

tudonahora //

 

A maratona de contratações temporárias para o comércio de Maceió não se encerrou. Empresários varejistas continuam a busca por mão de obra para atender ao aumento da demanda de consumidores no final do ano. Segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL), o número de contratações temporárias, até dezembro, deve ultrapassar a marca de mil postos.

 

Essa pode ser a oportunidade tão esperada por muitos jovens à procura de uma chance de ganhar algum dinheiro no Natal e Ano Novo, mostrar bom desempenho no trabalho temporário e, quem sabe, ser contratado formalmente depois – ganhar o tão sonhado primeiro emprego com carteira assinada. É o caso de Jeferson da Silva, de 18 anos, que aproveitou esta época do ano para ir em busca de seu primeiro emprego. De uma família com poucos recursos, o estudante já tem planos para seu salário, caso fique no emprego temporário. “Quero muito conseguir esse trabalho, porque poder pagar a mensalidade de uma faculdade.”

 

Jeferson era uma das quinze pessoas que aguardavam para ser entrevistadas. Disputava uma das vagas temporárias de uma grande rede de calçados de Maceió. “Eu não esperava trabalhar agora, queria só estudar, mas não posso perder essa chance de contratação”, conta o rapaz, que descobriu a oportunidade de entrar no mercado de trabalho.

 

Em situação semelhante, a autônoma Joicy Joviniano, de 29 anos, enxerga na contratação temporária uma alavanca para deixar a informalidade e conseguir um emprego que garanta todos os direitos trabalhistas, uma das motivações dos que buscam esse tipo de contratação.

 

“Já trabalhei com outros tipos de vendas, mas nada registrado. Mesmo que seja por um curto período de tempo, existe a esperança de ser contratado e fazer parte da empresa”, disse Joicy enquanto aguardava a segunda parte da seleção para o emprego na loja de calçados, que contrata uma média de 15 pessoas, durante essa época, para cada unidade.

 

Uma pesquisa recente encomendada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revela que 293,2 mil comerciantes em todo o país devem contratar pelo menos um funcionário temporário para ajudar nas vendas de fim de ano, o que aumenta as chances de pessoas como Jeferson e Joyce. A pesquisa estima ainda que 205,3 mil temporários sejam efetivados após o período de vendas de fim de ano. Uma realidade que se confirma no Estado.

 

Qualificados chegam na frente

 

A Aliança Comercial de Maceió, entidade representativa dos comerciantes do Centro da cidade, diz que efetivações acontecem sempre, mas existe uma grande dificuldade para os empresários lojistas,  que é encontrar mão de obra qualificada para atuar no varejo de vendas.

 

“A maioria das pessoas que procuram empregos nessa área não entende que vender, nos dias de hoje, é uma profissão que exige qualificação”, revela o vice-presidente da Aliança Comercial, Daniel Fireman. “Os que já chegam com algum tipo de experiência na área apresentam vantagem, até mesmo em relação ao funcionário efetivo que se acomodou.”

 

O vendedor William Reis, de 22 anos, é um dos contratados temporários de uma loja de material esportivo na Rua do Livramento, no Centro. Com um ano de experiência na área de vendas no varejo, ele defende que quem busca qualificação sai na frente na disputa.

 

“É muito importante se qualificar, porque vender, há muito tempo, deixou de ser uma opção para quem não tinha outra coisa para fazer”, defende o vendedor. “Mesmo a contratação sendo temporária, é preciso pensar como se fosse o dono da loja; é preciso pensar no lucro”, ensina.

 

O perfil de um bom vendedor

 

A pesquisa encomendada pelo SPC também procurou conhecer características pessoais e habilidades profissionais dos empregados procurados pelos comerciantes de shoppings e lojas de rua. Mais da metade dos varejistas das capitais brasileiras (55%) têm intenção de contratar mão de obra jovem, entre 18 e 24 anos.

 

“Nós esperamos que o contratado tenha um conjunto de habilidades. Não basta apenas bater a meta para se destacar ou atender bem o cliente. É preciso apresentar outras características que se aliem à filosofia da empresa”, explica Valdemir Lopes, gerente de vendas de uma grande loja de calçados e assessórios do centro de Maceió.

 

A maior parte dos comerciantes (73%) pretende preencher de uma a cinco vagas extras para o fim de ano. De acordo com Lopes, a empresa em que trabalha, que conta com 9 lojas espalhadas por toda cidade, tem por hábito contratar uma média de 5 pessoas.

 

O gerente confirma o que o requisito básico para a maioria dessas oportunidades, como diz a pesquisa encomendada pelo SPC, é o pretendente possuir ensino médio completo ou já ter tido experiências anteriores no ramo, já que a maior parte dos lojistas (70%) pretende efetivar pelo menos um temporário ao término do contrato, que geralmente tem duração de 3 meses. “Se o funcionário se destacar com essas qualidades, é do interesse da empresa que ele continue na vaga e faça parte do quadro efetivo”, encerra Lopes.

 

A contratação temporária

 

O trabalho temporário, regulamentado pela Lei Federal nº 6019/74, é uma alternativa para atender às demandas sazonais do mercado, ou até mesmo para substituir um empregado efetivo em períodos de eventual afastamento. E, ao contrário do que muitos pensam, este tipo de trabalhador tem quase os mesmos direitos dos efetivos: remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria, jornada máxima de oito horas diárias e quarenta e quatro semanais (salvo nas atividades que a lei estabeleça jornada menor), horas extras, repouso semanal remunerado, adicional noturno, depósito do FGTS, férias e décimo terceiro proporcionais. O prazo máximo para este tipo de contratação é de três meses.