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Polícia
19/11/2012 15:57:34

PM recebe 100 pistolas de choque para usar contra usuários de crack em AL

PM recebe 100 pistolas de choque para usar contra usuários de crack em AL
Pistolas chegaram a Algoas semana passada

portalmaltanet //

tribunahoje // alana berto

 

Chegaram na última terça-feira (13) à Secretaria de Defesa Social de Alagoas 100 armas de choque e spray de pimenta para conter os dependentes de crack em casos de “necessidade”. As armas fazem parte das ações do Programa do Ministério da Justiça “Crack, é possível Vencer”, que tem como principal objetivo resgatar esse público da rua e conduzi-lo para tratamento.

A determinação é da portaria 4.226, de 2010, do Ministério e da Secretaria de Diretitos Humanos da Presidência. A orientação para o uso de armas de choque é da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

De acordo com o diretor de Prevenção à Criminalidade de Secretaria de Defesa Social, coronel Carlos Alberto Mendonça, para as armas começarem a ser usadas serão encaminhadas a Alagoas duas bases móveis e a prioridade será nas áreas do Benedito Bentes e do Vergel do Lago. Cada base terá 20 câmeras de monitoramento e 40 policiais.

O coronel afirmou que os profissionais que irão abordar os usuários e, se necessário, usar as armas, irão passar por uma capacitação de um mês para poder manuseá-las. “Os profissionais estão recebendo conhecimento da filosofia sobre trabalho comunitário, conhecendo como funciona o Centro de Referência de Assistência Social [Cras], para que saibam para onde encaminhar o usuário”, explicou o coronel.

Ele completou que a última fase do treinamento será a abordagem dessas pessoas em situação de risco. “Essas abordagens devem ser da forma mais pacífica possível”, disse o coronel.

O diretor ainda frisou que para atender estas pessoas existem os Anjos da Paz. “Eles têm toda a estrutura para atender os dependentes, no entanto podem solicitar apoio policial caso seja necessário”.

Na avaliação do coronel, a taser, como é chamada a arma de choque, é uma arma de defesa e não de ataque. “Só será usada a taser em casos extremos”, assegurou.

As armas não letais já estão na Secretaria de Defesa social e a previsão é de que comecem a ser usadas no início de 2013. O valor das armas e das bases móveis não foi informado pela Secretaria de Defesa Social.

Treinamento

Já receberam treinamento para usar as armas 30 policiais militares e 23 guardas municipais. Além destes, 28 estão terminando a capacitação. “Teremos 81 policiais capacitados para usar uma arma como esta”, contou.

As bases móveis ficarão em área criticas. O coronel explicou que elas vão ficar em praças abandonadas, onde os usuários costumam ficar e em locais onde há o uso de crack. “Em Maceió, não temos um ponto só de crack, como em São Paulo, aqui os pontos são em vários lugares”, concluiu.

Sepaz

O secretário de Estado de Promoção da Paz, Jardel Aderico, afirmou que o uso das armas não letais servirá para evitar que as armas de fogo sejam utilizadas nestas ocasiões. “As iniciativas do programa serão úteis, pois o papel da abordagem é um papel social, para evitar que não ocorra nenhum tipo de consequência letal”, justificou. Jardel ainda contou que os profissionais treinados foram escolhidos de forma cuidadosa e minuciosa.

Mais violência

Utilização das Utilização das tasers gera questionamento


A utilização das armas de choque é uma polêmica entre os estudiosos. Para o psicólogo Felipe Rocha, o uso de taser demonstra falta de sensibilidade e despreparo das autoridades para tratar os dependentes químicos.

“A própria sociedade cria um problema e depois busca solução”, disse. Entretanto, o psicólogo contou que em algumas situações a arma não letal pode ser útil, mas é preciso saber usar.

“De uma forma geral, o Estado acaba devolvendo violência com mais violência. Dizer que isto seja a melhor solução não é viável”, alegou. Ele afirmou que os dependentes químicos muitas vezes têm dificuldade de controlar os impulsos e essas armas acabam justificando a agressividade contra o dependente.

“Eu acho perigoso, existem outras ferramentas”, emendou. “O dependente não deve ser tratado como um bandido e sim como uma pessoa que está doente”, conclui.