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andrezza tavares
Antes de deixar a presidência da Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) o desembargador James Magalhães visitou as redações da imprensa local para agradecer a cobertura realizada ao longo desses dois anos que esteve à frente da CGJ.
“Agradeço o apoio de vocês [Tribuna] na cobertura dos fatos ocorridos na CGJ”, enfatizou o corregedor.
Magalhães informou que durante sua gestão 182 processos foram abertos em desfavor dos magistrados alagoanos e, por conduta irregular, destes 138 foram arquivados, dez remetidos ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) e 34 continuam em tramitação.
“A maioria dos processos abertos contra os magistrados alagoanos é pela lentidão no julgamento dos processos”, revelou James Magalhães.
O corregedor disse que não tem poderes para punir os juízes que cometem ações irregulares.
“Eu não tenho competência para punir o juiz, mas encaminho ao pleno do Tribunal, que vai decidir sobre a abertura ou não do procedimento”, explicou.
James Magalhães contou ainda quando alguém liga para fazer uma reclamação de um magistrado o ouvidor ou juiz auxiliar recebe a denúncia, pega os dados da pessoa e em seguida pede informações ao juiz que deve se esclarecer diante dos fatos.
“Dependendo da informação dele e da gravidade do assunto, aprofundo a investigação, nomeio uma comissão formada por três magistrados para apurar a verdade”, relatou.
Se após a segunda apuração for verificada desvio de conduta do juiz, o caso será encaminhado ao Pleno.
Os servidores do Judiciário também foram alvos de processos. De 2010 até o momento, somam 192. Destes, 123 foram arquivados, quatro remetidos ao TJ/AL e 99 ainda estão em tramitação.
Quanto à conduta dos servidores, “até 90 dias de suspensão eu posso aplicar, a partir daí a competência é do Conselho Estadual da Magistratura. Cerca de 146 juízes atuam no Estado de Alagoas.
Concurso
O corregedor geral de Justiça, James Magalhães, destacou alguns pontos importantes da sua gestão, como a uniformização dos procedimentos de casamentos homoafetivos. “Fizemos 76 provimentos que regulamentaram a união entre pessoas do mesmo sexo, para que, com isso, todos os cartórios pudessem seguir a orientação”, ressaltou.
As correições foram outro ponto importante durante a gestão do corregedor. “Todos os cartórios judiciais e extrajudiciais foram correicionados ou inspecionados, alguns até por mais de uma vez”, revelou James Magalhães, informando que havia mais de 40 anos que os cartórios não eram inspecionados. “Com a inspeção a qualidade do serviço dos cartórios melhorou. Antes não funcionava por que não havia fiscalização”, ressaltou.
Segundo o corregedor, o plano de ações estratégicas, traçado para o biênio 2010-2012, foi atingido em aproximadamente 95%, mas ele disse que o problema é a falta de pessoal. “O juiz sozinho não faz nada. Uma vara, um órgão judiciário tem que funcionar com o mínimo necessário, além do juiz, precisa ter servidores públicos concursados”, contou Magalhães.
“Precisamos de imediato fazer concurso para servidores do Judiciário”, reforçou.
O corregedor destacou também o ‘Programa Interagir’, onde cerca de seis encontros foram realizados no interior do Estado, para dialogar com todos os que fazem o sistema de Justiça.
“O Judiciário para a concepção das suas ações necessita da ajuda da imprensa, da OAB/AL, da Defensoria Pública, do Ministério Público, dos servidores, e de todos. Isso é interagir”, afirmou.
“Se a imprensa divulga algo de errado, cabe a nós tomar conhecimento e procurar sanar o problema. Nessa interação é que saem a jurisdição, cujo produto é a paz social”.