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Comportamento
07/11/2012 16:19:12

Pudor impede homens acima dos 40 anos de fazer exame de próstata

Pudor impede homens acima dos 40 anos de fazer exame de próstata
Homem tem preconceito de fazere exame

tribunahoje //

ana paula omena

 

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em São Paulo indicou que 42% dos homens daquele Estado com mais de 40 anos nunca realizaram o exame de próstata, porém, a situação do Nordeste ainda é mais preocupante, segundo especialistas.

 

Em Alagoas, de acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 404.373 homens acima de 40 anos, e a metade, segundo estima a Secretaria de Saúde do Município de Maceió, nunca realizou exame de toque retal ou o Antígeno Prostático Específico (PSA), duas maneiras para se diagnosticar o câncer de próstata.

 

Para o coordenador do Programa de Saúde do Homem do Município de Maceió, Mário Ronalsa, o baixo índice de exames no Nordeste tem a ver com o pudor da população masculina da região, com o pouco acesso às mídias e com o poder aquisitivo baixo.

 

O urologista explicou que embora o resultado não seja satisfatório, o número de pacientes com câncer de próstata se comparado com o de alguns anos atrás melhorou. “Antigamente, 70% dos pacientes já chegavam com o câncer, isto é, com o tumor bastante avançado. Hoje, a situação inverteu, 70% dos pacientes procuram atendimento na fase inicial e só 30% em fase final”.

 

“Infelizmente, existem apenas 42 urologistas em Alagoas e a maioria deles está na capital, Maceió. Há um grande déficit de especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS). No dia 17 próximo se comemora o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata, mas não se ouve falar, porque saúde tem custo e o governo não quer investir”, apontou Mário Ronalsa.

 

Câncer


Sociedade Brasileira de Urologia prevê 60 mil novos casos no ano

 

A Sociedade Brasileira de Urologia estima que até o final deste ano haja 60 mil novos casos de câncer de próstata no País.


São previstos ainda 12 mil óbitos para o ano, com uma morte a cada 34 minutos.

O dado é preocupante e tornou-se um problema de saúde pública, conforme o coordenador do Programa de Saúde do Homem de Maceió, Mário Ronalsa.

 

O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional Alagoas, Theodorico Fernandes, aponta que não há uma política voltada para a saúde do homem no País, e este é um dos muitos problemas do sistema público.

 

“Os homens estão desprotegidos, pois o sistema de saúde é muito falho, após a era PSA [exame para detectar o câncer de próstata], observamos que houve uma redução dos casos de câncer de próstata, mas não podemos culpar só a população masculina, pois se eles não têm acesso, como vão se cuidar?”, indagou.