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ana paula omena
Uma pesquisa realizada pelo Ibope em São Paulo indicou que 42% dos homens daquele Estado com mais de 40 anos nunca realizaram o exame de próstata, porém, a situação do Nordeste ainda é mais preocupante, segundo especialistas.
Em Alagoas, de acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 404.373 homens acima de 40 anos, e a metade, segundo estima a Secretaria de Saúde do Município de Maceió, nunca realizou exame de toque retal ou o Antígeno Prostático Específico (PSA), duas maneiras para se diagnosticar o câncer de próstata.
Para o coordenador do Programa de Saúde do Homem do Município de Maceió, Mário Ronalsa, o baixo índice de exames no Nordeste tem a ver com o pudor da população masculina da região, com o pouco acesso às mídias e com o poder aquisitivo baixo.
O urologista explicou que embora o resultado não seja satisfatório, o número de pacientes com câncer de próstata se comparado com o de alguns anos atrás melhorou. “Antigamente, 70% dos pacientes já chegavam com o câncer, isto é, com o tumor bastante avançado. Hoje, a situação inverteu, 70% dos pacientes procuram atendimento na fase inicial e só 30% em fase final”.
“Infelizmente, existem apenas 42 urologistas em Alagoas e a maioria deles está na capital, Maceió. Há um grande déficit de especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS). No dia 17 próximo se comemora o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata, mas não se ouve falar, porque saúde tem custo e o governo não quer investir”, apontou Mário Ronalsa.
Câncer
Sociedade Brasileira de Urologia prevê 60 mil novos casos no ano
A Sociedade Brasileira de Urologia estima que até o final deste ano haja 60 mil novos casos de câncer de próstata no País.
São previstos ainda 12 mil óbitos para o ano, com uma morte a cada 34 minutos.
O dado é preocupante e tornou-se um problema de saúde pública, conforme o coordenador do Programa de Saúde do Homem de Maceió, Mário Ronalsa.
O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional Alagoas, Theodorico Fernandes, aponta que não há uma política voltada para a saúde do homem no País, e este é um dos muitos problemas do sistema público.
“Os homens estão desprotegidos, pois o sistema de saúde é muito falho, após a era PSA [exame para detectar o câncer de próstata], observamos que houve uma redução dos casos de câncer de próstata, mas não podemos culpar só a população masculina, pois se eles não têm acesso, como vão se cuidar?”, indagou.