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Maceió
24/10/2012 16:35:57

Prisão de agente provoca mal-estar entre Polícia Civil e Força Nacional

Prisão de agente provoca mal-estar entre Polícia Civil e Força Nacional
Abordagem foi truculante diz PC

tribunahoje //

alana berto

 

Os policiais civis de Alagoas estão acu­sando agentes da Força Nacional ostensiva de cometer abuso de au­toridade. A prisão de um agente da Polícia Civil ocor­rida no último sábado (20) só fez aumentar o mal-estar entre os agentes da Força Nacional e da Polícia Civil.

 

De acordo com o pre­sidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Josimar Melo, na noite do último sábado um policial foi humilhado, alge­mado e levado para a Cen­tral de Polícia sob a acusa­ção de desobediência. “Ele foi abordado por um sargen­to da Força Nacional, quan­do estava em um estabeleci­mento”, disse Josimar.

 

O sindicalista explicou que o policial civil se iden­tificou e entregou sua arma ao sargento da Força Na­cional, mas mesmo assim, o militar pediu que o policial civil colocasse as mãos na cabeça. “O colega se recusou a fazer isso, pois não havia necessidade. Então foi leva­do à Central de Polícia por desobediência”, ressaltou. Na Central de Polícia, foi feito um Termo Circunstan­ciado de Ocorrência (TCO) e um processo foi encaminha­do à Polícia Federal.

 

Os representantes do Sindpol colocam que será emitida uma nota de repú­dio em relação à atuação da Força Nacional em Alagoas. “A Força Nacional abusa da autoridade porque não tem quem apure. Não existe corregedoria e a gente não sabe a quem denunciar”, alegou Josimar.

Ele ainda acrescentou que a corporação vem agin­do de forma truculenta des­de a primeira vez que veio a Alagoas. “Desde quando prenderam um doente men­tal no município de Pilar em 2009. Eles tratam os ci­dadãos de forma hostil nas abordagens, só que desta vez foi um policial”, emen­dou.

 

O vice-diretor de impren­sa e comunicação do Sind­pol, o escrivão Jorge Luiz Ferreira, ressaltou que a Força Nacional é subdividi­da em Polícia Cívil e Polícia Militar, entretanto ele disse que só tem conhecimento de ocorrências de arbitrarieda­des realizadas pela Força Nacional da Polícia Militar. “Eu não tenho conhecimen­to de atos de truculência feitos pela Força da Polícia Civil. Estes abusos têm sido executados pela PM com o cidadão comum e isso vem ocorrendo há muito tempo”, completou.

 

Desavença

 

Segundo o capitão Fre­derico, da Força Nacional, a corporação não quer ter desavenças com os poli­ciais de Alagoas. Ele ale­gou que a forma de abor­dar o policial civil foi de acordo com a legalidade. “A gente não quer animo­sidade com policiais, o que foi feito foi legal”, justifi­cou.

O capitão ainda colocou que todas as denúncias feitas contra agentes da Força Nacional são apura­das de forma devida. “Es­sas investigações são atri­buídas à Força Nacional”, concluiu.

 

Apuração

 

A reportagem entrou em contato com a Secreta­ria Estadual de Defesa So­cial (Seds), que informou que não irá se manifestar e que não poderia divul­gar os nomes dos policiais envolvidos. A pasta acres­centou que o caso será apurado em Brasília.

 

O presidente da Comis­são de Direitos Humanos da Ordem dos Advoga­dos do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Gilberto Irineu, contou que tem chegado co­mumente à OAB várias re­clamações sobre excessos de abordagens policiais. “Essas denúncias são fei­tas por cidadãos comuns, mas até agora nenhuma denúncia foi feita por po­liciais”, disse. Ele contou que as acusações são enca­minhadas à Corregedoria da Polícia Militar ou ao Conselho de Segurança.