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O reajuste oferecido aos médicos legistas e a promessa de reforma no Instituto Médico Legal (IML) não serão suficientes para amenizar o sofrimento de quase 200 famílias que terão que assistir, por determinação da Justiça, a exumação dos seus parentes.
O procedimento é necessário para confecção do laudo cadavérico.
Em 2012, os médicos legistas do IML pararam por duas vezes. No primeiro momento, em junho, 137 corpos foram enterrados sem emissão de atestado de óbito, já em setembro 44 corpos foram sepultados da mesma maneira, totalizando 181.
De acordo com assessoria de comunicação da Perícia Oficial do Estado de Alagoas, o IML aguarda a construção da ala de exumações, anexo ao prédio do Centro de Ciências Biológicas (CCBI), para realização dos exames. Ainda segundo o órgão, o procedimento atende a determinação da Justiça que durante a greve permitiu o sepultamento das vítimas condicionado a exumação.
Na última paralisação, o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed) Wellington Galvão chegou a ser preso pela Polícia Civil por determinação judicial. O médico foi acusado de incitar seus colegas. Um acordo intermediado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas colocou fim a paralisação que deixa sequelas até hoje nos familiares das 181 vítimas.
Obras
Enquanto isso, as obras no terreno onde será construído o Complexo de Perícia Oficial em Alagoas, que irá abrigar a nova sede do Instituto Médico Legal (IML), continuam paradas e sem data para começar. Isto porque, algumas questões burocráticas precisam ser resolvidas para o andamento da obra orçada em R$ 5 milhões, recursos oriundos do próprio governo do estado.
Algumas etapas já foram realizadas como o serviço de drenagem. No espaço onde será o prédio, nas imediações da Bomba do Gonzaga no Tabuleiro dos Martins, nenhum maquinário ou técnico trabalha no projeto. O terreno possui 31 mil metros quadrados e a compra foi feita pelo estado no início deste ano.
De acordo com a assessoria de comunicação da Perícia Oficial, a licença ambiental definitiva já foi emitida, no entanto, alguns entraves continuam em pendência para que somente após as obras sejam aceleradas, sem haver uma previsão para conclusão.
O prazo para a entrega da obra só começa a contar com o início da edificação e deve durar entre 8 a 12 meses.
“Esses R$ 5 milhões foram destinados apenas para a construção do IML. Com relação aos outros blocos que abrigarão o Instituto de Criminalística (IC), o Instituto de Identificação e a sede da Perícia Oficial ainda não há previsão de verba ou início de obras”.
Atualmente o Instituto de Identificação funciona na Rua Cincinato Pinto, nas proximidades do Palácio Floriano Peixoto, no Centro da Capital, mas devido a quantidade de pessoas que procuram o órgão, o espaço é pequeno e necessita de transferência.