Fazenda Frios em União dos Palmares se tornou refúgio para os ricos que acreditam que não existe Lei

Como se não bastasse os problemas da área urbana principalmente no setor da segurança pública, a comunidade da Fazenda Frios a menos de quatro quilômetros do centro de União dos Palmares começa a sofrer com a migração das festas (nem sempre apenas festas comuns quando são comemorados eventos familiares aniversários e casamentos) outrora realizadas na cidade.

Os lotes de terra da Fazenda Frios têm como finalidade o cultivo de hortifrutigranjeiros ou plantações de sobrevivência para os agricultores que os ocupam e pertencem a Secretaria Estadual de Agricultura, porém, estão sendo adquiridos por figurões da sociedade para fazer áreas de lazer. Até aí, tudo bem desde que se tornem apenas residências, porém, algumas regras da boa vizinhança, respeito à paz e ao sossego de terceiros, atendimento ao Código de Menores e poluição sonora tem sido praticas constantes obrigando trabalhadores, enfermos e idosos a compactuar compulsoriamente da pior parte destas festas.

Esta semana mais precisamente na segunda-feira 15, como quase durante toda semana passada na antiga residência da família (mas ainda de propriedade de destacado político local (atualmente transformada em casa para ser alugada para shows) foi realizada uma festa. Durante a maior parte da noite, o som estava ambiente sem incomodar a ninguém, porém, a partir das 3:00 horas da manhã, o som foi aumentado para um volume inaudível não permitindo aos vizinhos a conclusão da jornada de repouso, sendo necessária à intervenção de uma equipe da PM avisada por moradores incomodados. Nem a polícia resolveu.

Na noite de ontem (17) a partir das 19:30 horas até a meia noite, outra festa desta feita realizada na chácara de um agropecuarista e também político da região simplesmente deixou os vizinhos sem poder sequer conversar com seus parentes, assistir TV, estudar ou escrever, escutar rádio e até telefonar. A PM foi acionada, e mesmo com a informação que das três viaturas disponíveis uma teria viajado para Arapiraca e outra para Coruripe, uma equipe da RP esteve na chácara em questão. Na presença dos militares, tudo bem, o som ficou baixo, mas após a saída destes, o inferno astral voltou com maior intensidade, como se fosse um deboche ou demonstração de riqueza e poder.

A editoria deste noticioso tem informações de que alguns destes eventos onde é consumido álcool e (nada pode ser provado ainda) drogas são frequentados por menores. Na realidade, as festas em sua maior parte são refúgios para pessoas comprometidas (como casadas ou noivos) ou viciados praticar infidelidade conjugal ou se entorpecer. Todos estes delitos são praticados na certeza da impunidade e ainda são fragmentos do ‘coronelismo’ onde prevalece a lei do poder e do dinheiro, pois seus promotores não respeitam sequer a autoridade da policia, tampouco a Justiça, muito menos os vizinhos.

Em um passado recente, o Juiz Ygor Vieira de Figueiredo que também é o Magistrado Diretor da Comarca de União dos Palmares (que abrange os municípios de União dos Palmares e Santana do Mundaú) em reunião com o Comando e a tropa do 2º BPM e na presença da imprensa, foi taxativo ao orientar os policiais: ‘os casos de perturbação da ordem publica denunciadas pela comunidade através de volume excessivo de som devem ser coibidos primeiro com o dialogo com os infratores. Em reincidência, pode ser apreendida a aparelhagem e se for o caso, seu proprietário. Estamos prontos para dar respaldo ao cumprimento da Lei, afinal, a Lei é feita para ser cumprida, doa a quem doer’ sentenciou o Magistrado.

Infelizmente, o aparelho da força pública é deficiente e são muitas as dificuldades enfrentadas pelos policiais e pelo oficialato, como por exemplo, a falta de um aparelho medidor do volume do som, a falta de viaturas e o mais importante, a falta da tropa que é incompatível com a necessidade da região de abrangência do 2º BPM estendida a seis cidades.

Um destes ‘festeiros’ disse que a ‘obediência a Lei do Silêncio é a partir das 22:00 horas. Até lá, podemos fazer o que quiser’. Ledo engano. A Lei do Silencio foi criada para não permitir abusos. Por exemplo: um som alto demais que ultrapasse os limites da residência onde o aparelho está ligado, já e infração passiva de admoestação, e como disse o Magistrado Ygor Vieira de Figueiredo, a aparelhagem pode ser apreendida e seus donos enquadrados. Não é demais lembrar que já houve registro de mortes em União dos Palmares por volume de aparelhos sonoros.

No caso de ontem, os policiais de plantão e o Oficial de Operações de Dia, caso retorne a acontecer o abuso, serão as principais testemunhas junto ao Ministério Público, já que existe um movimento dos moradores da localidade que aguardam a realização da próxima festa para formalizar queixa em busca das providencias estipuladas em Lei.

O problema não se restringe apenas ao volume dos aparelhos sonoros: outra denuncia chegou a editoria deste sitio de noticias dando conta das saraivadas de balas (algumas delas traçantes que são aquelas que fazem clarão a noite) é pratica comum dos figurões que dão utilidades diversas as suas pretensas chacaras que serveriam para repouso. Um representante comercial que pediu para não ser identificado por um triz não recebeu uma saraivada na semana passada quando estava no quintal de sua casa amarrando um cavalo. Vários telhados e muros estão furados de bala. Até quando isto vai acontecer? até um destes figurões também ser atacado e morrer ou for agredido. Afinal, em União dos Palmares, a maior parte da Lei serve para os menos favorecidos. Os ricos aqui 'não choram'.

antonioaragão //