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Pelo menos 50 prefeituras alagoanas estão na mira da Eletrobras e podem ter o fornecimento de energia suspenso nos próximos dias, caso os chefes do Executivo municipal não procurem a companhia para negociar débitos em aberto. Os cortes começaram nesta terça-feira (11), quando as prefeituras de São Luiz do Quitunde e Passo de Camaragibe ficaram às escuras. Na manhã desta quinta (13), a Eletrobras emitiu mais sete ordens de serviço para corte em prefeituras.
Ainda pela manhã, técnicos da estatal cortaram o abastecimento em prédios públicos municipais de Rio Largo, que deve cerca de R$ 40 mil, de acordo com a distribuidora. As ordens de serviços emitidas hoje incluem Colônia Leopoldina, Coruripe, Ibateguara, Japaratinga, Feliz Deserto e Porto Calvo. Técnicos já foram deslocados aos municípios para realizar os cortes.
Segundo a assessoria de comunicação da Eletrobras, as prefeituras citadas têm no mínimo três faturas em atraso. Entre elas, apenas Rio Largo sinalizou que efetuaria o pagamento ainda hoje.
Em Passo de Cabaragibe, catorze prédios públicos tiveram a energia cortada e em São Luiz do Quitunde 12 ficaram às escuras, inclusive as sedes do Executivo. Ainda durante a tarde da terça-feira, representantes dos dois municípios estiveram na sede da Eletrobras no bairro do Farol e negociaram o débito, o que levou os técnicos a religarem a energia em todos os prédios.
Segundo a assessoria da Eletrobras, diferente do que ocorre com as pessoas físicas que recebem o aviso de corte na conta de energia, as prefeituras recebem uma notificação protocolada de que terão o fornecimento de energia suspenso caso não procurem a companhia para negociar o débito. A forma diferenciada de aviso foi acertada entre a direção da estatal e o Consórcio Intermunicipal para Gestão da Iluminação Pública (Cigip), que representa cerca de 80 dos 102 municípios alagoanos.
Algumas prefeituras já estão procurando a sede da empresa em Maceió para evitar a suspensão dos fornecimentos, mas outras insistem em se manter na inadimplência e ainda passam por cima do trabalho feito pelos técnicos da companhia. No mês passado, a Eletrobras denunciou que prefeituras seriam penalizadas por estar religando a energia elétrica sem o consentimento da companhia, após terem o fornecimento suspenso pelo não pagamento das contas de luz.
Dados da Eletrobras revelam que a inadimplência está acumulada em R$ 203 milhões e as prefeituras são responsáveis por R$ 15 milhões deste montante, o que corresponde a aproximadamente 7%. Um prejuízo que reflete não somente nos cofres da empresa, mas atinge a população em geral, já que a inadimplência também contribui para a composição da tarifa de energia elétrica.
A direção da estatal ressalta que antes de determinar o corte de energia são dadas várias chances para os gestores municipais renegociarem a dívida, como descontos de juros, multas e correção monetária e ainda a extensão do prazo para parcelamentos.