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29/08/2012 16:07:24

Se estivesse viva, estudante Giovanna Tenório colaria o grau nesta quinta-feira

Se estivesse viva, estudante Giovanna Tenório colaria o grau nesta quinta-feira
Colegas hemenageiam Giovanna em faculdade

tribunahoje //

breno airan

 

Vinte e dois dias depois da soltura de Mirella Granconato, principal acusada na morte da estudante Giovanna Tenório Andrade, se estivesse viva, ela estaria nesta quinta-feira (30) se formando no curso de Fisioterapia.

 

Giovanna estudava no Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac) e, quando estrangulada no dia 2 de junho do ano passado, estava em fase de elaboração de seu projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

 

A jovem de 28 anos de idade, de ideologia cristã, dividia seu tempo de empenho nos estudos com um estágio que tinha no Papódromo, no bairro do Vergel do Lago, na parte da manhã.

De lá, Giovanna sempre ia para o Cesmac, na Rua Íris Alagoense, no Farol, para concluir seu TCC.

 

Numa dessas idas, ela resolveu almoçar no restaurante Salude e nunca mais sorriu de novo para os colegas de faculdade.

 

E foi essa a imagem estampada na placa da turma 2012.1 de Fisioterapia.

 

Uma foto gigante de Giovanna Tenório mostra o quanto sua presença fez falta não só na chamada como no âmago de cada um dos 35 universitários com quem ela dividia o sonho de ser fisioterapeuta.

 

Inclusive, o nome da turma é em homenagem a ela. Chama-se “Giovanna Tenório Andrade (in memorian)”. E não só o nome. A missa, o culto, as solenidades em geral: tudo remeterá à colega que não poderá levantar o bastão com os demais.

 

Nesta quinta-feira (30), a estudante ‘colaria o grau’ e, enfim, poderia seguir seu caminho profissional.

 

Na rede social Facebook, alguns amigos e conhecidos deixaram seus recados:

 

- “Muito bonita a homenagem dos formandos em Fisioterapia 2012.1 do Cesmac à Giovanna Tenório Andrade (in memorian). A turma leva o nome da ex-colega de classe, que será eternizada na placa dos novos fisioterapeutas. Parabéns, a consideração é merecida! O mais emocionante será na quinta-feira (30), com a homenagem redobrada durante a Colação de Grau da turma...”, Erik Luisi.

 

- “Hoje, parei exatamente em frente à placa e refleti: ‘Uma jovem que tinha tudo para brilhar na profissão e foi brutalmente assassinada...’. Uma belíssima homenagem que esta turma está fazendo”, Evandro Cavalcante.

 

- “Emocionada quando vi a placa. Muita luz para ela”, Ana Lemos Lemos.

- “É inacreditável, mas a turma está de parabéns pela homenagem”, Patricia Morais De Lima Brandão.

 

- “Lindo, lindo, lindo, parabéns a turma!”, Juninho Almeida.

 

- “Muito bem lembrado. Justa homenagem em meio à tanta injustiça!”, Riane Rodrigues.

- “Também fiquei muito emocionada quando vi a placa. Fiquei feliz com bela a homenagem. Giovanna merece. Muita paz e luz para ela!!!”, Júh Albuquerque.

 

Em nome da família, o irmão da universitária morta, o engenheiro elétrico Francisco Xavier Andrade Netto, agradeceu todo o apoio que foi dado desde o começo desta tragédia. "Eu agradeço à turma pela homenagem e digo que isso só vem reafirmar que minha irmã só fez o bem nesse mundo. Nós só queremos Justiça", lamenta ele.

 

O caso

 

No dia 2 de junho de 2011, Giovanna Tenório desapareceu da porta de sua faculdade, o Cesmac, por volta das 12h20, quando ia encontrar com um amigo em um restaurante, no Farol. "Aqui mesmo ela não apareceu. Ela geralmente comia pouco e vinha sozinha", conta um funcionário que prefere o anonimato.

 

Testemunhas afirmam ter visto a universitária entrar num carro preto de bom grado, mas, ao perceber uma terceira pessoa, se esquiva e tenta sair do veículo. Mas não consegue.

 

Ela só foi encontrada quatro dias depois, num canavial, em Messias. Os trabalhadores da fazenda Urucum, perto do posto Flecha, afirmaram ter visto um corpo dois dias antes para a polícia.

 

Quando chegaram enfim ao local, constataram que Giovanna, uma jovem religiosa e ainda começando a vida estava estrangulada, envolta a um lençol e em avançado estado de decomposição.

 

O detalhe é que a vítima teve um caso com o empresário Antônio de Pádua Bandeira, o Toni, já casado com a estudante de Direito, Mirella Granconato. Os familiares de Giovanna afirmaram que a jovem não sabia que ele tinha compromissos sérios e quando soube, recuou.

 

Mesmo assim, constantemente, recebia mensagens ameaçadoras por celular da traída Mirella, afirmando que sua vida acabaria mal. A autora dos SMS assentiu o fato em juízo, contudo contou que foi 'tudo da boca para fora', no calor do momento. De pés juntos, jurou inocência.

 

Tanto Toni quanto Mirella – que tem dois filhos pequenos com ele – estão soltos, mas com o uso ininterrupto de tornozeleiras eletrônicas, para que sejam monitorados. Continua preso apenas o suspeito de ser o autor material do crime, o caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino da Silva.