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renée le campion
A executiva Caroline Barbosa irá ingressar com uma ação na Justiça contra o Hospital do Sanatório após a morte de sua bisavó. Segundo Caroline, a idosa esperou mais de 24h para ser atendida por um médico especialista. Eulina Barbosa, de 94 anos, sofria com diabetes e tinha plano de saúde particular.
De acordo com Caroline, sua “mãe”, como chamava a bisavó, deu entrada no hospital às 14h da última segunda-feira (16) com ferimento e inchaço em um dos pés. Depois de ser examinada por um médico plantonista, que falou sobre a necessidade de a paciente ser atendida por um cirurgião vascular, a idosa precisou aguardar até as 18h30 para ser internada, quando vagou uma cama no hospital.
Os primeiros aborrecimentos com a unidade de saúde começaram nas primeiras horas de internação, de acordo com depoimento de Caroline. Segundo ela, os pacientes do plano de saúde Unimed têm um tratamento diferenciado dos demais. “Ela estava em um quarto onde o ar-condicionado não funcionava, e nós precisávamos transferi-la. Minha mãe tinha plano Ipaseal, e uma enfermeira disse que ela teria que ficar naquela ala, pois a outra era reservada para os pacientes da Unimed”, relatou.
Preocupada com a demora para o atendimento da bisavó, Caroline diz ter mobilizado todo o hospital a procura do médico especialista. A executiva recorreu à diretoria do plano de saúde Ipaseal, que cobrou urgência no atendimento da paciente.
“Na madrugada da segunda para a terça, minha mãe gritava de dor e não tinha nenhum médico para vê-la, só enfermeiros. Eu que tinha que procurá-los para que dessem o remédio que ela precisava. De manhã, nenhum médico passou para examiná-la”, disse.
Caroline conta que o cirurgião vascular só examinou a idosa por volta das 16h30 de terça-feira (17), mais de 24h depois de ela ter dado entrada no hospital. Só então uma cirurgia para amputar o pé de Eulina foi marcada para o dia seguinte.
Entretanto, meia hora após a visita do médico, a paciente começou a passar mal. Caroline diz ter gritado bastante para o socorro da idosa, que não conseguia falar, estava com os olhos revirando e agonizava na cama. “Vieram alguns enfermeiros, que verificaram a pressão dela, enquanto ela visivelmente estava indo embora. Eu entrei em desespero e até outros pacientes procuravam por um médico, que só veio aparecer cerca de 10 minutos depois. Ele tentou reanimar minha mãe, mas já era tarde demais”, lamentou a executiva.
Inconformada com a situação, Caroline disse que irá se reunir com um advogado para tomar os procedimentos cabíveis na Justiça. “Não que eu queira dinheiro, apenas quero que o Hospital do Sanatório seja punido pelo erro que cometeu. Ali é um matadouro”, disse, inconformada.
A reportagem do Tudo Na Hora tentou entrar em contato com a diretoria do Hospital do Sanatório por diversas vezes durante a manhã desta quinta-feira. Após ligar para três unidades diferentes do hospital, nenhum diretor foi localizado. A secretária da direção disse que não tinha autorização para passar o número do celular de nenhum membro da diretoria.