29/09/2025 23:04:23

09/07/2012 16:27:26

Máquina quebra cano de amianto e deixa bairros perifericos de União sem água

Máquina quebra cano de amianto e deixa bairros perifericos de União sem água
Falta água em grande parte de União

Uma obra realizada no Loteamento Santa Maria Madalena (periferia de União dos Palmares) danificou a tubulação de água do SAAE - Serviço de Água e Esgoto – desde a manhã de domingo (08/07) deixando sem água o Conjunto Habitacional Newton Pereira Gonçalves e os Bairros da Abolição, Santa Fé, Nossa Senhora das Dores, Sagrada Família, parte do Bairro Roberto Correia de Araújo e Fazenda Frios que perfazem um total de quase cinco mil residências sem o precioso liquido, cuja previsão é retornar o abastecimento entre o final da tarde de terça ou inicio da manhã de quarta-feira.

Fato idêntico ocorreu há menos de um mês quando uma máquina danificou a mesma tubulação no Loteamento ‘Sueca’ no centro da cidade e deixou as mesmas comunidades sem água por quatro dias, fazendo retornar desta forma ‘a procissão das latas de água’ dando a União dos Palmares um dos municípios alagoanos onde existe abundância em mananciais de água características de um município sertajeno quando se atravessa a estação invernosa.

Foi o próprio prefeito do município Dr. Areski Freitas que confirmou na manhã desta segunda-feira que o técnico em saneamento conhecido como Calazans estava em Maceió tentando arrumar com a Casal (Companhia de Água de Alagoas) uma tubulação semelhante para repor a danificada por se tratar de um cano de amianto de difícil aquisição na região.

Como o assunto diz respeito ao bem-estar social, a editoria deste portal buscou informações sobre o AMIANTO (produto com é fabricado os canos de distribuição de água da cidade, desde a estação de tratamento) na Internet e no site ‘Gambá’ (Grupo Ambientalista da Bahia – http://www.gamba.org.br/). encontrou o seguinte escrito sobre a utilização do produto e os danos que pode causar a saúde. Diz a reportagem:

‘Depois de amargar muitas derrotas seguidas, na última semana, o lobby da indústria do amianto,  obteve uma vitória significativa no Supremo Tribunal Federal (STF):  foi autorizada a exportação e a circulação de cargas do minério, destinadas aos estados que ainda permitem sua utilização, pelas rodovias do estado de São Paulo, onde se situa o maior complexo marítimo portuário do país, localizado em Santos. Serão mais de 200 mil toneladas trafegando pelas rodovias paulistas anualmente.

 

O cancerígeno amianto já é banido em 66 países e, no Brasil, cinco estados proíbem a produção, utilização e a comercialização do produto: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. A liberação do transporte para exportação do minério in natura e para abastecer o comércio de telhas de cimento-amianto ou fibrocimento em estados que ainda permitem seu uso representa, de toda forma, um retrocesso, já que no passado recente o movimento por justiça socioambiental conseguiu avançar nas restrições da utilização e comercialização desse produto, garantindo mais autonomia aos estados para legislar sobre a matéria e, inclusive, proibir o tráfego por seu território.

 

A decisão da Suprema Cortese pautou na ideia que o estado não pode legislar sobre a matéria referente ao transporte, que é de competência exclusiva da União. Segundo avaliação do STF, o espaço federal é comum a todos os entes federados, não cabendo a uma unidade da nação impedir que isso ocorra. Além de marcar um retrocesso, por viabilizara circulação de uma substância tão maléfica à saúde e ao meio ambiente, a posição do STF retrocede na decisão sobre autonomia dos estados, que tinham em 2008, garantido seu direito de restringir usos e práticas que considerassem danosos à saúde de seus cidadãos. Agora os movimentos sociais precisarão se mobilizar ainda mais para buscar acelerar o debate em torno da inconstitucionalidade da Lei 9055/95, que disciplina o uso controlado do amianto.

 

A indústria do amianto investe pesado em seu lobby e na produção de estudos acadêmicos e uma ciência própria, tal qual o lobby do tabaco, com objetivo de desfazer a imagem negativa do amianto como material cancerígeno, fazendo crer que o produto brasileiro é diferente do minério utilizado em outros países. Existem em torno de 12 ações no STF sobre o amianto, aguardando julgamento; algumas favoráveis e outras contrárias ao seu uso.

 

A Bahia tem uma posição estratégica nessa produção: aqui estão as filiais das principais fábricas que ainda operam com amianto para produção de materiais de construção (Eternit de Simões Filho) e de cloro-soda (Dow Brasil em Aratu). Na Bahia, o amianto preocupa tanto do ponto de vista ambiental, pelos impactos que proporciona e os passivos gerados como o de Bom, Jesus da Serra, na região de Vitória da Conquista, quanto com relação à saúde coletiva.

 

A região onde a produção e extração do amianto estão inseridas, no Sudoeste Baiano, hoje conta também com a produção de sílica e urânio, também agentes reconhecidamente cancerígenos para os seres humanos. É esperada, para os próximos anos, uma epidemia de cânceres nos municípios de Brumado, Poções/Bom Jesus da Serra e Caetité, respectivamente, causados pela sílica, amianto e radiações ionizantes, sem que nenhum tipo de ação, por parte dos órgãos públicos de saúde do estado e município, esteja acontecendo para preveni-la ou, pelo menos, minimizá-la’.

 

Diante do acontecido, muitos leitores perguntaram via e-mail a esta editoria porque a insistência na utilização de canos de amianto e o porque de sua não substituição por canos de plástico que são de fácil aquisição e preços mais accessíveis.

 

antonio aragão //

http://www.gamba.org.br