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Política
01/07/2012 09:33:15

Toninho Lins diz que sofre perseguição política

Toninho Lins diz que sofre perseguição política
'Toninho' Lins Rio Largo

gazetaweb //

célio gomes

 

Depois de um mês na prisão, o prefeito afastado de Rio Largo, Toninho Lins (PSB), fala pela primeira vez sobre a denúncia de corrupção formalizada contra ele pelo Ministério Público Estadual. “Estou até nervoso para essa entrevista”, disse o prefeito assim que recebeu a Gazeta, no fim da tarde da última quarta-feira, no escritório de advocacia que cuida de sua defesa, no bairro do Farol, em Maceió.

De fato, no começo da conversa, Toninho Lins parecia tenso, com voz baixa, mas logo depois passou a falar com tranquilidade sobre as acusações – e atribuiu a um grupo de Rio Largo a origem da trama que o atormenta nos últimos tempos.

Segundo a ação de improbidade administrativa movida pelo MP, houve pagamento de propina e desvio de recursos na operação que desapropriou uma área da Usina Utinga Leão. Em seguida, o terreno foi vendido para uma empresa do ramo imobiliário para construção de casas populares.

Para ele, o grupo que se autodenomina Movimento de Combate à Corrupção e à Violência – autor das denúncias levadas ao MP – age movido por interesses políticos. Sua primeira e mais forte evidência sobre isso são nomeações: todos os denunciantes ganharam cargos de primeiro escalão na prefeitura. A vice-prefeita Fátima Correia (PSD), no cargo após o afastamento de Toninho pela Justiça, alojou os membros do Movimento em sua gestão.

Jogada eleitoral

Acusado pelo Ministério Público de suposto esquema de corrupção na venda de um terreno pela Prefeitura de Rio Largo, Toninho Lins se diz vítima de interesses eleitorais. Afastado do cargo de prefeito pela Justiça, ele fala sobre o caso pela primeira vez – depois de ficar preso durante um mês. “É o momento mais difícil da minha vida; cheguei a pensar em deixar a vida pública”, diz o prefeito na entrevista exclusiva. Ele aponta um grupo de ex-auxiliares como mentor das acusações: todos foram nomeados secretários pela vice-prefeita Fátima Correia, que assumiu a prefeitura interinamente. Mesmo com a gravidade do episódio, Toninho diz que provará a inocência. Ele é candidato à reeleição.

Denunciantes ganharam cargos na atual gestão

A entrevista com o prefeito foi acompanhada pelo advogado José Fragoso e alguns assessores. Ele garante que a transação de compra e venda de um terreno no município, feito entre a prefeitura e a Usina Utinga Leão, é totalmente legal.

“O mesmo método que usamos foi o mesmo para a Bauducco feito pelo governo do Estado. E não estou criticando o governo. Ele está certo. Agora, a Bauducco é tão real, é tão legal quanto o nosso projeto”, compara o prefeito, que reúne documentos para provar que é inocente das acusações de improbidade administrativa.

Toninho Lins também fala que há um viés eleitoral nas denúncias apresentadas e que levaram a provocação ao Ministério Público Estadual.

“Quando nós tivemos esse sentimento, que era algo pessoal e político, eu sabia que o ano eleitoral se aproximava. Foi quando procurei o Gecoc no começo do ano”, lembra. “Sempre, sempre me coloquei à disposição da Justiça”.

Confira abaixo trechos da entrevista.

A prisão

“Foi o momento mais difícil da minha vida. Cheguei a pensar em deixar a vida púbica. Nunca vivi nada parecido. Foram dias difíceis, de muita angústia, muito sofrimento, para mim e minha família. Mas foi também momento de aprendizado. Tive a certeza de que existe um Deus todo poderoso e que aquele momento ia passar. Hoje, estamos firmes para a batalha eleitoral, com a candidatura para a reeleição”.