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Polícia
01/07/2012 08:22:35

Novo comandante quer policiamento ostensivo nas ruas

Novo comandante quer policiamento ostensivo nas ruas
Dimas Barros novo comandante da PM

tudonahora //

reneé le campion

 

Policiamento ostensivo, com o desencadeamento de operações constantes nos horários críticos e áreas que detém os maiores índices de homicídio. É desta forma que o recém-empossado comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Dimas Barros, pretende fortalecer o trabalho da PM alagoana, que agora passa a ter suas ações integradas no plano federal Brasil Mais Seguro, lançado em Alagoas na última quarta-feira (28).

 

Maceió e Arapiraca são os municípios que contarão com um trabalho mais intensificado da polícia, já que são os mais violentos de Alagoas.

 

O Tudo Na Hora conversou com o novo comandante sobre o plano, mudanças na polícia, segurança nas eleições e outros assuntos. Confira a entrevista exclusiva abaixo:

 

O que muda no comando da Polícia Militar com a sua chegada?

 

O Estado está vivendo um momento diferenciado com o lançamento do plano, e só isto vai requerer uma mudança na postura da PM, com o policiamento ostensivo. Uma série de operações, desencadeadas desde ontem, irão atacar as áreas críticas das cidades, principalmente Maceió e Arapiraca, em face dos índices de criminalidade da região. Isso será feito constantemente.

 

Queremos trazer para o exercício do comando o oficialato da corporação. Já me reuni com todos os coronéis, tivemos um encontro longo e conversamos bastante. A gente quer aproveitar o que cada um tem a contribuir para melhorar a prestação de nosso serviço à sociedade. Outro meio para isto será abrir canais de diálogo com entidades representativas dos policiais militares, e estamos preparando agenda nesse sentido. Também buscamos nos aproximar mais com o comando da corporação das unidades mais afastadas do interior, vamos conversar com as Praças que estão nos diferentes municípios para sentir de cada um as dificuldades, que nós já conhecemos.

 

Como se dará a atuação da PM no plano? Áreas da cidade serão ocupadas?

 

Ontem já fizemos operação na região do Vergel do Lago e na grota do Moreira, no Jacintinho. A ideia não é exatamente ocupar pontos, mas atacar áreas com maiores índices de criminalidade, mais precisamente de homicídios. Pois são esses que colocam Alagoas no topo da violência do país, inclusive a nível internacional.

 

Vamos trabalhar em áreas específicas, com base no levantamento que é feito hoje, e não existia antigamente. Infelizmente, antes a polícia trabalhava de forma empírica, distribuindo o efetivo quase que equitativamente em todas as áreas. Isso porque não se tinha dados, não sabíamos que horas ocorreu o crime, qual o dia. Não havia dados estatísticos precisos para desencadear operações, e hoje temos.

 

Então, todas as operações serão em cima de dados, os dias da semana que tem maiores índices terão carga maior, assim como locais, horários e bairros. Temos como fazer um trabalho mais direcionado para diminuir estes índices, que infelizmente aflige todo estado.

 

Como se dará a interação da PM com a Força Nacional, já que foi dito que ela teria uma atuação maior no estado?

 

De fato, haverá um contingente maior da FN e nós trabalhamos em conjunto. O planejamento é realizado com os comandantes da Força, do CPC e do CPA2 [Arapiraca] para emprego do efetivo da Força Nacional, com base nos índices, verificando onde há um maior número de crimes.

 

Iremos buscar uma parceria maior com outros órgãos, como a Polícia Civil. Nesse sentido, já conversei bastante com o novo delegado-geral, Paulo Cerqueira. Vamos fazer reuniões periódicas para interagir mais, assim como trocar contatos e informações. Iremos interagir também com a Guarda Municipal, a SMTT, e a PRF, no desencadeamento de ações conjuntas.

 

Não é um trabalho só da Polícia Militar, ou só da Polícia Civil, é um trabalho conjunto, de todos os alagoanos. Inclusive da sociedade, que pode ajudar com o disque-denúncia (181). Na hora em que ocorrem as operações, por exemplo, as pessoas podem denunciar e estamos tendo muitos resultados positivos a partir disso.

 

No que diz respeito às eleições, já existe um esquema de segurança montado? Como está a relação do comando com o TRE?

 

Em julho, será iniciado o planejamento para as eleições. Estamos terminando o mês de junho, um momento de festas juninas e todo o nosso efetivo foi empregado em atividades extras em festas.

 

Logicamente, a PM sabe que as operações Carnaval e eleições demanda todo o nosso efetivo, tanto na capital como no interior do estado.

 

Nos termos de relação com o TRE, nós temos e sempre teremos uma ótima relação com o órgão. Nunca nos negamos a atender qualquer solicitação e assim será. Iremos trabalhar em conjunto, tanto com o TRE, como Ministério Público, e realizar reuniões para fechar planejamentos referentes às eleições.

 

Como o senhor vê as bonificações aos policiais?

 

É muito interessante, pois houve um aumento no número de apreensões de arma de fogo, já que os PMs sabem que a arma vai gerar bonificação. Hoje, não sei falar precisamente, mas até a metade do mês já tínhamos 600 policiais recebendo bonificação por apreensão de arma de fogo e droga, fora os processos que estão em andamento.

 

É um “plus” a mais, um estímulo para o policial. Temos alguns que aparecem nas estatísticas com mais de 10 apreensões neste período. Até nisso podemos verificar quais são os que estão fazendo um maior número de apreensões e abordando pessoas nas ruas.

 

Muitas armas já foram tiradas das ruas em face dessa bonificação.

 

Houve denúncia na OAB de que policiais estavam forjando provas para receber bonificação. O órgão disse que foram abertas sindicâncias. Como está esse processo?

 

Se esta denúncia chegou, foi para o comandante Luciano, que deve ter encaminhado à Corregedoria. Se chegou, está em apuração.

 

A gente sabe que as pessoas se aproveitam das coisas para poder modificar a verdadeira situação. Se você está na rua e foi encontrada uma arma de fogo, é mais fácil dizer que foi o policial que jogou na sua mão, para desmerecê-lo.

 

Mas tudo isso terá que ser apurado. Vale frisar que as nossas operações são cobertas pela legalidade, sempre há um relatório e controle das atividades. Mas se alguma denúncia foi feita, e comprovada, o policial será punido de acordo com a legislação.

 

O comandante Luciano já recebeu muitas críticas referentes ao seu relacionamento com a tropa. Como você pretende agir nesse sentido?

 

Pessoalmente, sempre tive um bom relacionamento com a tropa, tanto oficiais quanto praças. Não tenho restrições com ninguém. É do meu perfil e manterei isso. Como já disse anteriormente, já fiz reunião com todos os coronéis e já estou com uma agenda sendo preparada para receber associações e fazer visitas às unidades, para sentir de perto as necessidades e demandas existentes das praças no interior.

 

O meu trato com as pessoas sempre foi da melhor forma possível e não vou modificar meu jeito de ser em razão de ser comandante-geral. Não é questão de estilo de comando, é estilo do comandante.